Operação prendeu 302 pessoas por ameaça de atentado em escolas do país
Ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou números em dia preocupante para comunidade escolar. Brasil também tem 1.738 casos em investigação
atualizado
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O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) fez um balanço dos dados da Operação Escola Segura, nesta quinta-feira (20/4). A ação já apreendeu 302 pessoas no país em função de ameaças de possíveis massacres ou outros atos violentos em instituições de ensino.
Os números foram divulgados pelo ministro Flávio Dino durante coletiva de imprensa. O governo federal ainda contabiliza 2.593 boletins de ocorrência relacionados ao tema, 1.062 conduzidos às delegacias em face de investigações, 270 mandados de buscas e apreensões, recolhimento de armamentos letais e não letais e artefatos que indicam pertencimento a grupos neonazistas. No total, são 1.738 casos em investigação.
“Fizemos 302 prisões e, se for preciso fazer mil, faremos, porque o Poder Judiciário está sensível a essa realidade que não é piada, não é brincadeira e também não é só estatística. Milhares de famílias deixaram de enviar filhos às escolas por causa de uma minoria extremista. Mas a democracia exige força”, afirmou Dino.
O ministro ainda adiantou que a operação, que nasceu como temporária, se tornará permanente e fez uma relação entre essas ameaças e ideologias da extrema direita. “É a mesma matriz de pensamento que quis agredir médicos na pandemia. Não são as mesmas pessoas, mas é o mesmo pensamento.”
Os números divulgados são de um levantamento a partir de 5 de abril. Nesse período, o governo federal contabilizou 5 ataques efetivos e 9 tentativas de ataques às escolas do país. “Falou em nazismo, ameaçou comunidade escolar, estamos pedindo a prisão e vamos continuar. Não há possibilidade de conviver com esse clima”, disse o ministro da Justiça.
O chefe do MJSP acrescentou que a pasta federal continuará em atuação. “Essa gente conseguiu desestimular a vacinação de crianças e está matando crianças por falta de vacina porque espalharam a fake news de que ela faz mal. Essa gente tem as mãos sujas de sangue. [Eles] derrubaram os índices de vacinação e, agora, querem impedir as crianças de estudar. Não vão conseguir”, reforçou.
Confira a fala do ministro da Justiça, Flávio Dino:
Telegram não responde
O governo federal ainda fez notificações às redes sociais para combater grupos e indivíduos que promovem ameaças em plataformas digitais. O Telegram, no entanto, não respondeu a notificação da Secretaria Nacional do Consumidor dentro do prazo, e, agora, existe uma ação judicial em tramitação em relação à empresa.
“Quero louvar o esforço da imensa maioria das plataformas a se adequar seus procedimentos àquilo que o Ministério da Justiça e Segurança Pública fixou na Portaria 351, que concentra as providências na internet sobre a Operação Escola Segura. Estamos monitorando a internet no âmbito de inquéritos policiais relacionados às violências contra escolas”, comentou Flávio Dino.
Dentro desse campo, foram feitas 812 solicitações por autoridades policiais para preservação de conteúdo, para investigações, ou pedidos de retirada de postagens.