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Operação Fake Job: um dos líderes do esquema é preso em São Paulo

Nichollas Ammirabile foi denunciado pelo MPDFT após aplicar golpes em desempregados de todo o país

atualizado

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fake job
1 de 1 fake job - Foto: Divulgação

A Polícia Civil do DF prendeu nesta quarta-feira (27/9), em São Paulo, Nichollas Ammirabile. Ele foi denunciado em agosto do ano passado pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) pelo crime de organização criminosa após aplicar golpes em desempregados de todo o país. As investigações foram feitas no âmbito da Operação Fake Job. O mandado de prisão foi expedido pela 2ª Vara Criminal de Brasília.

Ammirabile é considerado um dos líderes da fraude, ao lado de Renan Romero Dias, preso em agosto deste ano, também em São Paulo. O esquema foi descoberto em julho de 2016 pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon).

A organização criminosa divulgava oportunidades de emprego em sites, páginas em redes sociais, fôlderes e jornais de grande circulação. Quando a vítima entrava em contato, era informada da necessidade de realizar um curso ou de emitir certidão de antecedentes criminais mediante pagamento de até R$ 180.

As vagas de emprego não existiam. O grupo também recrutava adolescentes para atuar no esquema, oferecendo comissão como forma de pagamento. As investigações identificaram 14 sites nos quais eram oferecidos os cursos com certificados supostamente necessários à obtenção das vagas. Quando muitos golpes eram aplicados pelo mesmo site, a página era desativada e outra era criada. Uma das acusadas afirmou ser, sozinha, responsável por 20 vítimas diárias, o que totalizava uma média de R$ 70 mil faturados por mês.

Vítimas
Na internet, é possível encontrar diversas reclamações de pessoas que caíram no golpe. Um desempregado do Pará, que não quis se identificar, deu detalhes de como caiu na armadilha dos criminosos.

“Além do anúncio feito no jornal, eles fazem a oferta por telefone, cujo número pegam no currículo. Mais uma vez, por telefone, oferecem a vaga de emprego, caso se faça o curso. Uma proposta dessa parece irresistível para quem está desempregado, não é?”, disse em depoimento.

O homem relatou ainda que o “curso” custava R$ 150 e era pago pela internet. Depois, os acusados liberavam a senha para acesso ao conteúdo e para impressão do certificado. “Ao concluir o curso, existe um link de ‘encaminhamento’. É nesse momento que cai a ficha do candidato de que caiu no golpe. O dito encaminhamento não passa de uma lista malfeita de empresas de segurança de todo o Brasil, nada mais que isso. Não existe nada de encaminhamento, agendamento para entrevistas, nada de nada. Liguei para três das quatro empresas elencadas pelo site e todas informaram desconhecer a oferta de vagas.”

Outro homem de Brasília também contou que caiu no golpe. “Indicaram uma empresa para que eu pudesse me atualizar. O custo do curso era de R$ 250. Eu estava e ainda estou desempregado. Eles falaram que o aperfeiçoamento tinha duração de  três dias e, logo após a conclusão do treinamento, receberia o certificado. Garantiram a vaga. Contando com isso, peguei dinheiro emprestado com amigos para poder pagar o tal curso. Acontece que nunca consegui trabalho. Tentei entrar em contato com os responsáveis e nunca tive resposta. O site foi retirado do ar e o e-mail não é mais válido.”

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