Operação Fake Job: líder da organização criminosa é preso
A Polícia Civil descobriu que o grupo continuava atuando e fazendo vítimas no Distrito Federal com o golpe do falso emprego
atualizado
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Renan Romero Dias, denunciado como chefe da organização criminosa que praticava o golpe do falso emprego pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), foi preso nesta sexta-feira (18/8). O esquema foi descoberto pela Operação Fake Job, deflagrada em julho de 2016, com a participação da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon). A prisão ocorreu na cidade de Praia Grande, em São Paulo.
Renan já havia sido preso no ano passado. Pagou fiança e respondia ao processo em liberdade. No entanto, a Polícia Civil descobriu que o grupo continuava atuando e fazendo vítimas no Distrito Federal. Por isso, a Prodecon requereu a quebra da fiança e a a prisão preventiva do acusado.
Para o promotor de Justiça Paulo Roberto Binicheski, a prisão é necessária para fazer cessar a prática criminosa. Ele recomenda que todas as vítimas do golpe procurem a Polícia Civil ou o Ministério Público. “Os bens que sejam objeto de pena de perdimento podem servir para ressarcir as pessoas lesadas”, explicou.
A organização criminosa divulgava oportunidades de emprego em sites, páginas em redes sociais, fôlderes e jornais de grande circulação. Quando a vítima entrava em contato, era informada da necessidade de realizar um curso ou de emitir certidão de antecedentes criminais mediante pagamento de até R$ 180.
As vagas de emprego não existiam. O grupo também recrutava adolescentes para atuar no esquema, oferecendo comissão como forma de pagamento.
As investigações identificaram 14 sites nos quais eram oferecidos os cursos com certificados supostamente necessários à obtenção das vagas. Quando muitos golpes eram aplicados pelo mesmo site, a página era desativada e outra era criada. Uma das acusadas afirmou ser, sozinha, responsável por 20 vítimas diárias, o que totalizava uma média de R$ 70 mil faturados por mês.
Vítimas
Na internet, é possível encontrar diversas reclamações de pessoas que caíram no golpe. Um desempregado do Pará, que não quis se identificar, deu detalhes de como caiu na armadilha dos criminosos.
“Além do anúncio feito no jornal, eles fazem a oferta por telefone, cujo número pegam no currículo. Mais uma vez, por telefone, oferecem a vaga de emprego, caso se faça o curso. Uma proposta dessa parece irresistível para quem está desempregado, não é?”, diz em depoimento.
O homem relata ainda que o “curso” custava R$ 150 e era pago pela internet. Depois, os acusados liberavam a senha para acesso ao conteúdo e para impressão do certificado. “Ao concluir o curso, existe um link de ‘encaminhamento’. É nesse momento que cai a ficha do candidato de que caiu no golpe. O dito encaminhamento não passa de uma lista malfeita de empresas de segurança de todo o Brasil, nada mais que isso. Não existe nada de encaminhamento, agendamento para entrevistas, nada de nada. Liguei para três das quatro empresas elencadas pelo site e todas informaram desconhecer a oferta de vagas.”
Outro homem de Brasília também diz que caiu no golpe e que, até o momento, não conseguiu contato com a empresa.
“Indicaram uma empresa para que eu pudesse me atualizar. O custo do curso era de R$ 250. Eu estava e ainda estou desempregado. Eles falaram que o aperfeiçoamento tinha duração de três dias e, logo após a conclusão do treinamento, receberia o certificado. Garantiram a vaga. Contando com isso, peguei dinheiro emprestado com amigos para poder pagar o tal curso. Acontece que nunca consegui trabalho. Tentei entrar em contato com os responsáveis e nunca tive resposta. O site foi retirado do ar e o e-mail não é mais válido”. (com informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios)