Ônibus que tombou no DF não estava autorizado a fazer viagem, diz ANTT
Além disso, essa foi a primeira viagem da empresa, aberta há 2 meses e autorizada pela ANTT há 20 dias
atualizado
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A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não autorizou a viagem que terminou em acidente de trânsito nesta quinta-feira (23/12). A informação foi confirmada pela agência reguladora ao Metrópoles.
A ANTT precisa homologar as empresas que podem prestar serviços, seja de ônibus fretados ou viagens abertas – aquelas em que se pode comprar uma passagem. Após o cadastro das empresas, a agência reguladora tem que aprovar cada uma das viagens individualmente, o que não aconteceu com a excursão feita pela empresa Prado Durães Turismo e Transporte para o ônibus que virou no DF.
Fundada em 22 de outubro a Prado Durães Turismo e Transporte realizava a primeira viagem da companhia. Um bebê de 1 ano está em estado grave. A informação foi confirmada à reportagem por Leonardo Prado, um dos dois sócios da instituição.
Segundo ele, os passageiros faziam parte de uma excursão de São Paulo a Teresina, no Piauí, e contrataram a Prado Durães por meio de uma agência de viagens. “Desconheço a venda de bilhetes. Recebemos direto da agência o pagamento total”, escreveu Prado, em resposta aos questionamentos da reportagem.
Empresa de ônibus que tombou não podia vender passagens, diz ANTT
Veja como ficou o ônibus tombado:
Relatos de passageiros, porém, mostram diversas outras paradas em ao menos três estados do Nordeste, além de uma passagem por Santa Catarina e Uberlândia, em Minas Gerais – na fala das vítimas ainda descobriu-se a venda avulsa de passagens.
Um representante da empresa veio de Uberlândia a Brasília para amenizar os efeitos do acidente ocorrido na madrugada desta quinta-feira (23/12). De acordo com o homem, com quem o Metrópoles manteve contato, um ônibus foi alugado no Distrito Federal para levar as 51 vítimas aos destinos.
Conforme o representante, a viagem será retomada ainda na noite desta quinta. Aguardam, porém, a liberação dos passageiros encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) aos Hospitais de Base (HBDF), do Paranoá e do Gama.
Prado, por sua vez, afirmou à reportagem que o auxílio chegou poucas horas após o acidente na DF-130, ocorrido por volta das 3h30. Os passageiros que não precisaram ir ao hospital “foram removidos para um ponto de apoio, receberam alimentação e estão aguardando a liberação das bagagens para seguir viagem”.
Pouco tempo de mercado
Conforme mostrado pelo Metrópoles, a Prado Durães foi aberta em outubro de 2021 – informação confirmada à reportagem por Leonardo – e obteve autorização para viagens fretadas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já em 3 de dezembro. A autarquia enxerga “fortes indícios” de que a viagem era feita de modo irregular, dada a fuga de um dos motoristas e o trajeto realizado pelo automóvel.