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ONG na Estrutural busca mais doações para manter crianças em nova sede

A Semeando Esperança cuida de 50 meninas e meninos. No entanto, grupo perdeu terreno onde está instalado e precisa adquirir outro

atualizado

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Julia Bandeira / Especial para o Metrópoles
ONG que atende crianças na Estrutural precisa de doações para continuar funcionando
1 de 1 ONG que atende crianças na Estrutural precisa de doações para continuar funcionando - Foto: Julia Bandeira / Especial para o Metrópoles

A organização não governamental (ONG) Semeando Esperança, na Estrutural, teve um aumento significativo no número de doações desde a semana passada, quando o Metrópoles mostrou a história do local. No entanto, o projeto ainda precisa da ajuda da comunidade. O espaço cuida de 50 crianças e adolescentes da região durante a semana, enquanto os pais estão no trabalho.

O grupo perdeu o lote onde está sediado. A área é emprestada, mas a proprietária precisou vendê-la. Agora, a organização tem até maio para conseguir um novo espaço, e conta com as doações para comprar um terreno.

Após reportagem publicada no último domingo (17/3), Raquel Cristina Campos de Souza, diretora da ONG, percebeu uma melhora nas contribuições. “Algumas pessoas apareceram e falaram que iriam ajudar. Eu acho que teve uma repercussão muito grande”, conta.

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Ela ajuda crianças em situações de vulnerabilidade
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Raquel Cristina Campos de Souza é moradora da Estrutural

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Ela ajuda crianças em situações de vulnerabilidade

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Ela explica que a maioria das doações são de roupas e calçados. “Vamos aproveitar e fazer um bazar para arrecadar recursos”, ressalta a diretora. Raquel conta que a data prevista para o evento é 6 de abril.

Apesar da ajuda com itens de vestuário, a maior necessidade da ONG continua sendo financeira. Eles precisam arrecadar aproximadamente R$ 250 mil para comprar um novo lote. O valor equivale à média de preço dos terrenos na região. Por enquanto, a conta bancária do projeto tem R$ 15 mil.

Saiba como ajudar
Raquel e a equipe do Semeando Esperança recebem doações de qualquer valor. A ajuda pode ser feita pessoalmente, no endereço SCSV 1, Conjunto 1, Lote 22, no Setor de Oficinas da Estrutural. Além disso, é possível entrar em contato com a ONG por telefone, por meio do número (61) 98578-3241. A instituição também tem uma página no Facebook e um site.

A ajuda pode ser compartilhada por meio de transação bancária. Os dados da conta são:

Banco do Brasil
Agência: 1507-5
C/c: 70.661-2
CNPJ: 26.578.826/0001-26

O grupo também aceita doações de brinquedos e alimentos. Além disso, a ONG procura projetos sociais voltados ao público infantil que ofereçam aulas e oficinas aos pequenos.

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Crianças na instituição: importante serviço para a sociedade
No local, meninos e meninas têm acesso a brinquedos, acompanhamento e alimentação
Creche precisa arrumar outro local até maio
O local recebe 50 crianças semanalmente
Os brinquedos, alimentos e móveis da creche são fruto de doações
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A creche precisa de ajuda para continuar funcionando

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Crianças na instituição: importante serviço para a sociedade

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No local, meninos e meninas têm acesso a brinquedos, acompanhamento e alimentação

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Creche precisa arrumar outro local até maio

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O local recebe 50 crianças semanalmente

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Os brinquedos, alimentos e móveis da creche são fruto de doações

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A ONG funciona desde 2016

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O espaço passou por reformas recentemente

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Durante os fins de semana, o local conta com aulas de reforço

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A creche recebe crianças de 4 a 6 anos, de segunda a sexta, e de 7 a 13, nos fins de semana

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Oito monitoras auxiliam as crianças durante o dia

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A creche poderá ficar instalada no local até maio

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As crianças tomam banho no local

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Saiba mais
Desde 2016, o Semeando Esperança funciona em um terreno no Setor de Oficinas da Estrutural. O lote é de propriedade de Cláudia de Souza Mendonça, 41 anos, amiga de Raquel. Ela cedeu o local à colega porque, naquela época, estava vago. Entretanto, por razões financeiras, a proprietária precisará vender o terreno até o mês de maio.

Cláudia e o marido têm uma banca na Feira dos Importados do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Além disso, eles alugam uma segunda loja, também no SIA. O casal pretende sair do aluguel e comprar o imóvel para manter os negócios. Para custear todo o processo, vai abrir mão do terreno da Estrutural. “Infelizmente, vou precisar vender por questões financeiras, mas estamos todos ajudando a Raquel. Eu sei que o trabalho dela ajuda muita gente”, ressalta.


Agora, a comerciante e a coordenadora da creche mobilizam a comunidade para uma arrecadação de fundos. O objetivo é comprar um novo lote para abrigar as crianças e adolescentes que frequentam o espaço de segunda a sábado. “Se eu ficar sem esse projeto, não sei o que vai ser de mim. É o que me motiva a viver”, conta Raquel.

Atualmente, a conta bancária da ONG tem cerca de R$ 15 mil. Porém, a meta do grupo é arrecadar R$ 250 mil, já que essa é a média de preço dos lotes na região, segundo Raquel. O valor também será destinado a possíveis adaptações e reformas na estrutura do lote adquirido.

Estrutura
O imóvel atual conta com cozinha, refeitório, banheiro, quarto e uma pequena brinquedoteca. Aos sábados, também há aulas de reforço em português e matemática destinadas ao público de 7 a 13 anos de idade.

Além disso, as crianças são monitoradas por oito voluntárias, diariamente. Cristiane Pereira, 33 anos, é uma das responsáveis por orientar os pequenos e cuidar da alimentação do grupo. “O contato com eles é muito bom. Eu me sinto bem agradecida por ajudá-los a ter um dia melhor”, explica a voluntária.

Ela trabalha na creche desde o começo deste ano e também leva os filhos para passarem meio período no local. A ONG é como uma segunda casa para Isabelly e Victor, de 14 e 4 anos de idade, respectivamente. “Meus filhos gostam bastante daqui. Estamos bem preocupados com a situação do lote, porque este lugar ajuda muitas pessoas”, conta Cristiane.

O sentimento de apreensão também incomoda Maiara Winter, 22 anos, que trabalha na creche há seis meses. “A gente fica aflita por saber que teremos de sair daqui, mas tenho fé de que vamos para um lugar melhor”, afirma a jovem.

As voluntárias do projeto recebem duas cestas básicas por mês – que, segundo Raquel, são adquiridas por meio de doações. “A gente não tem doadores fixos nem ajuda do governo”, ressalta a coordenadora. Por isso, a colaboração da comunidade para o funcionamento da ONG é muito importante.

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A coordenadora está preocupada com o futuro da creche
“Eu encaro esse projeto como uma missão de vida”
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Raquel Cristina Campos de Souza cuida da ONG desde 2016

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A coordenadora está preocupada com o futuro da creche

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“Eu encaro esse projeto como uma missão de vida”

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História
Segundo Raquel, o projeto Semeando Esperança já mudou a história de diversas crianças em situação vulnerável na Estrutural. “A vida para eles aqui é muito perigosa. Tem muita droga, muito traficante. Já atendi crianças que não têm alimento em casa, com problemas domésticos ou de abuso sexual”, conta.

A história do Semeando Esperança começou em 2016, após o falecimento do esposo de Raquel. “Eu tinha perdido meu marido há pouco tempo. Ele teve um infarto e morreu, e eu fiquei muito depressiva. Achei que não tinha mais lugar no mundo”, lembra a coordenadora.

Para se manter ocupada após a morte do marido, ela fez uma visita à comunidade Santa Luzia, na Estrutural. Ao ver muitas pessoas em situação de vulnerabilidade, abriu as portas de casa para receber crianças enquanto os adultos trabalhavam no lixão. “Veio uma luz dentro de mim. Sabia que precisava ajudar aquelas pessoas”, ressalta a cuidadora.

Raquel chegou a receber 20 crianças na garagem da própria residência. Quando o espaço já estava pequeno para a quantidade de pessoas, veio o convite da amiga Cláudia para ocupar o lote no Setor de Oficinas da Estrutural. “É um lote de 250 m². Ela nunca cobrou nada, nem água, nem luz, nem aluguel. Inclusive, ela sempre me ajudou muito”, ressalta.

Por isso, Raquel abraça a causa e cuida das crianças como quem cuida dos próprios filhos. “Às vezes, eu não durmo, preocupada porque falta um leite, um arroz, um feijão”, afirma. O amor da mulher pelos meninos e meninas cresceu tanto que ela decidiu cursar pedagogia para se especializar na área. “Voltei a estudar por causa deles. É o que me dá gás para continuar”, afirma.

 

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