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ONG na Asa Sul oferece esporte para pessoas com deficiência

Associação do Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) mantém convênio com governo para atendimento da comunidade e dos estudantes da rede pública

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Renato Araújo/Agência Brasília
Centro de Treinamento
1 de 1 Centro de Treinamento - Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

Estudantes da rede pública de ensino ou membros da comunidade que tenham alguma deficiência e queiram praticar esporte podem procurar orientação na organização não governamental Associação do Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), no Setor de Áreas Isoladas Sul, na Asa Sul. O local oferece modalidades esportivas adaptadas e orientação funcional.

O projeto tem convênio com a Secretaria de Educação e é voltado a pessoas a partir dos 4 anos. Todos os níveis esportivos, da estimulação ao alto rendimento, são contemplados, assim como todas as deficiências — física, visual, intelectual e auditiva. Para pleitear a vaga, o interessado precisa se cadastrar no site.

São oferecidas 16 modalidades em três turnos. A quantidade de vagas depende do esporte escolhido. Hoje, o Cetefe tem 1.545 cadastrados nos programas de atendimento. Uma vez inscrita, a pessoa com deficiência passa por avaliação funcional. Todos os alunos da rede pública têm direito ao atendimento e à prática esportiva.

Esse estudo é feito por equipe multidisciplinar formada por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos para identificar quais as atividades recomendadas de acordo com o nível de comprometimento da lesão ou do trauma. A partir daí, é possível saber também quais estágios a pessoa pode avançar para melhorar a qualidade de vida em geral.

“A essência do trabalho é explorar melhor a condição pré-existente e promover a inclusão de forma mais rápida e direcionada. Muitas vezes, para a pessoa chegar ao processo de inclusão plena, ela passa por uma série de experiências que podem culminar em uma vivência negativa”, explica o responsável técnico pela Cetefe, professor Ulisses Araújo.

A melhoria na qualidade de vida trouxe também uma nova profissão para a assistente social Aline de Oliveira Cabral, de 30 anos. Ela começou a praticar basquete há 15 anos, após sofrer uma lesão na coluna. A ideia era reaprender a se exercitar com a cadeira de rodas. Com o tempo, Aline percebeu que um esporte individual poderia incrementar o desenvolvimento motor e melhorar o deslocamento com o equipamento. “Sempre via as aulas de tênis e achava interessante. No fim de 2012, decidi mudar de modalidade e foi muito bom. É um esporte que exige muita concentração e foco, e o resultado depende exclusivamente de mim”, avalia. Hoje, compete profissionalmente e tem objetivos claros. “Minha meta é chegar à seleção brasileira”, afirma.

Renato Araújo/Agência BrasíliaFoco nos alunos
A Cetefe mantém um termo de cooperação técnica com a Secretaria de Educação, que estabelece a atuação de 15 professores, com formação especializada em esportes adaptados. Educadores físicos da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer também atuam no local. As atividades podem ser tanto no sentido de melhorar o processo de aprendizagem do aluno em sala de aula como o de desenvolver o esporte de alto rendimento. “Oferecemos orientação aos professores da sala de recursos da rede pública, por exemplo, para que eles saibam o que podem trabalhar com os alunos, quais as limitações e onde podem atuar para ajudá-los a se desenvolver”, explica Araújo.

A Cetefe também oferece apoio aos atletas escolares. Assim, todos os estudantes que representam o Distrito Federal em competições têm direito a receber atendimento, inclusive com a parte de fortalecimento na sala de musculação. O local é uma parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro.

A entidade faz ainda análises para melhoria de recursos, como cadeira de rodas e próteses. “Fazemos uma readequação da cadeira, por exemplo, que vai permitir o aluno a desempenhar os exercícios. Há casos em que não conseguiam fazer educação física não por falta de condição física, mas por problemas no equipamento”, conta o responsável técnico da Cetefe. A instituição recebe recursos do governo federal e da Caixa Loterias. O patrocínio custeia material e gastos com manutenção da instituição. Com o governo de Brasília, o Cetefe mantém um termo de cooperação que prevê a atuação de educadores físicos no ensino das modalidades esportivas.

Tecnologia assistiva
Outro campo de atuação da entidade é o desenvolvimento de habilidades por meio da tecnologia assistiva, que usa computadores e dispositivos eletrônicos para trabalhar a área cognitiva e motora dos alunos. O trabalho é desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília e usa recursos, como mouses adaptados e jogos eletrônicos, para estimular a psicomotricidade dos alunos.

As atividades variam de acordo com a necessidade de cada um. Há casos em que a estimulação de determinada região do cérebro influencia diretamente o aprendizado. Em outros, o adaptador de mão favorece o fortalecimento muscular e, dessa forma, possibilita à criança conseguir pintar e desenhar. Também são oferecidas orientações, para a escola e para família, sobre como posicionar a criança para a alimentação ou para levá-la a um passeio no parquinho, por exemplo. “Para que a criança possa ter autonomia e tenha o aprendizado viabilizado”, explica a educadora física e fisioterapeuta da Cetefe Márcia Benetti.

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