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ONG de acolhimento a pessoas trans faz vaquinha para manter atividades

Instituição está instalada na Cidade Estrutural, uma das regiões administrativas mais carentes da capital do país

atualizado

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Acervo pessoal
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1 de 1 ipi - Foto: Acervo pessoal

Criado para acolher e dar assistência à população transgênero, o Instituto Incluindo para Incluir (IPI) recebe, desde o início da pandemia de Covid-19, todos que buscam auxílio em uma das regiões mais carentes da capital do país, a Cidade Estrutural.

“A pandemia afetou  a todos. Nós, então, começamos a oferecer cestas básicas para quem nos procurava, mães com crianças pequenas, idosos”, conta a fundadora do projeto, a professora Natalha Nascimento.

A crise econômica deflagrada na pandemia, contudo, mudou os planos da instituição e resultou em um rombo nas contas. Faltou dinheiro para manter a papelada da ONG em dia.

“Sem os documentos, perdemos aportes públicos e de outras instituições. Por isso, decidimos pedir ajuda por meio de uma vaquinha virtual, para recuperar nossa capacidade de captar recursos e continuar ajudando outras pessoas”, explicou.

Da transfobia à luta

A história de luta de Natalha ganhou forças em 2018. Ela foi vítima de recorrentes ofensas transfóbicas, feitas por funcionário de uma pastelaria na Rodoviária do Plano Piloto. O caso foi parar na Justiça. Ao ganhar a causa, a professora abriu mão da indenização em dinheiro e decidiu oferecer uma palestra para os agressores sobre transfobia.

“Eu sempre ouvia as pessoas falando em direitos humanos. Mas parecia algo muito distante. Depois desse episódio, eu fui buscar entender. E descobri que diz respeito a minha vida, a de todas as pessoas que moram na periferia”, destaca.

Foi, então, que surgiu o Instituto Incluindo para Incluir (IPI). Uma das principais lutas da professora é garantir acesso de pessoas transgênero à educação. “As pessoas transgêneros, em uma comunidade como a Estrutural, são duplamente esquecidas. São mais portas fechadas, para estudar, para trabalhar. Sem falar da violência”, afirmou.

A professora também busca, por meio das atividades da entidade, conscientizar as pessoas sobre o que é transfobia, apostando no conhecimento como uma forma de evitar a exclusão social e a violência. “É muita luta, mas nós não vamos parar”, garantiu.

Colabore

Quem quiser ajudar, pode doar qualquer valor pelo site: www.vakinha.com.br/associacao-ipi-ajudenos-a-descontruir-a-violencia

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