Oito inquéritos e golpe na irmã. Veja os crimes atribuídos a estelionatária do DF
Além das investigações abertas contra a suspeita, há prisão preventiva cumprida em maio do ano passado
atualizado
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Com registros na polícia desde 2016, Joyce Elaine Ferreira de Queiróz Dias (foto em destaque), moradora de Sobradinho 2, é mais uma vez alvo de apuração da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A mulher de 35 anos é investigada por várias denúncias de estelionato. A vítima mais recente dela, uma empresa do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), sofreu golpe que ultrapassa R$ 100 mil, em junho deste ano.
No total, o Metrópoles apurou que oito inquéritos policiais foram instaurados contra a suspeita, incluindo uma prisão preventiva, em maio do ano passado, cumprida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor (Corf), além de condenações, penhora de bens e ameaça contra as vítimas.
Entre golpes por meio de cheques com divergência de assinatura e venda de equipamentos que não foram entregues, até a própria irmã da investigada foi lesada pela golpista.
A irmã de Joyce procurou a PCDF em abril, denunciando que, há três anos, a estelionatária pediu para acompanhá-la em alguns lugares. Também solicitou documentos pessoais da familiar. Por desconhecimento, a vítima assinou papéis sem saber do que se tratava.
Pouco tempo depois, duas correspondências de uma instituição financeira chegaram para a mulher, cobrando uma parcela vencida no valor de R$ 68 mil. Logo desconfiou da irmã, já que desconhecia tal contrato e nunca recebeu nenhum valor ou bem referente à operação cobrada.
Venda de equipamentos médicos
Uma terceira vítima narrou à polícia que, em junho, Joyce ofereceu tomógrafo, aparelho de radiografia, processadora, entre outros. As partes fecharam negócio no valor de R$ 100 mil. O montante foi pago, e os equipamentos foram recebidos.
Em junho, Joyce procurou novamente o comprador, oferecendo novos itens, negociados por R$ 55 mil. Nesse caso, a suspeita solicitou a metade do valor na entrada, e o restante, na entrega.
A vítima realizou o pagamento dos 50% da seguinte forma: quatro pagamentos via PIX no valor de R$ 5 mil cada, e outro PIX de R$ 3,5 mil, totalizando o preço do pedido. Dessa vez, no entanto, os objetos não foram entregues. Depois disso, o comprador não conseguiu mais contato com a acusada.
O dono de uma clínica de cirurgia plástica na Asa Sul também acabou enganado pela golpista. Em maio do ano passado, ela contratou os serviços do profissional para a realização de uma intervenção plástica. O acordo seria pagar pelo procedimento estético em dinheiro e cheques.
A dívida, porém, não foi paga, e a situação acabou no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), onde foi apurada e denunciada como estelionato. Quando Joyce descobriu o procedimento criminal em seu desfavor, enviou mensagens com ameaças ao médico.
Em março de 2020, outra ocorrência foi registrada contra Joyce, desta vez, por um colega da faculdade. À época, o jovem anunciou a venda de um iPhone. No mesmo dia, Joyce mostrou-se interessada e propôs negócio com seis cheques de R$ 1,5 mil. Alegando que teria sido furtada e que os cheques pertenciam ao pai, ela atrasou o pagamento. Mais tarde, usou a desculpa de que passava por dificuldades financeiras por causa da pandemia e nunca pagou pelo telefone.
Condenação
Recentemente, a Justiça do DF condenou Joyce por denunciar falsamente um idoso por injúria e ameaça. Tudo começou quando o homem anunciou a venda de uma casa no Condomínio Império dos Nobres, em Sobradinho. A acusada mostrou-se interessada pelo imóvel.
Em seguida, ambos fecharam o negócio. Após a assinatura da escritura de posse, entretanto, Joyce passou a agredir o vendedor verbalmente pelo WhatsApp e não realizou o pagamento acordado. Diante disso, a vítima fez o distrato da negociação.
Joyce, contudo, não compareceu ao cartório. Mas foi a um posto do Na Hora para efetuar a transferência do bem para o nome dela. Por isso, o idoso registrou ocorrência contra a mulher e entrou com duas ações judiciais visando à devolução da casa.
Em retaliação, Joyce denunciou o homem à Delegacia da Mulher. Inventou que tinha um relacionamento amoroso com o homem e o acusou de injúria e ameaça.
Após o julgamento, no início deste ano, a Justiça determinou a pena, em regime semiaberto, de 3 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão, além de multa.
“Incabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, tendo em vista tratar-se de ré reincidente. Da mesma forma, incabível a suspensão condicional da pena”, descreve a sentença.
Penhora de bens
Em 21 de agosto de 2021, o 1º Juizado Especial Cível e Criminal de Sobradinho determinou a penhora de bens de Joyce, inclusive com reforço policial e autorização para arrombamento, em razão de um processo aberto por uma empresa de idiomas que forneceu serviços educacionais aos filhos da acusada e não recebeu o valor estabelecido em contrato. A empresa pede R$ 5.983 a título de dano material.
A PCDF informou que qualquer pessoa que tenha informações sobre o paradeiro da golpista ou denúncias sobre novos crimes praticados por ela, deve procurar a corporação por meio do telefone 197 ou da delegacia eletrônica. O anonimato é garantido.
Apesar das investigações e da condenação, Joyce encontra-se em liberdade. O Metrópoles não localizou a defesa da suspeita. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.