Oficina mecânica de Ceilândia é especializada em atender mulheres
Empreendimento surgiu há oito anos, após a ex-bancária Agda Oliver se cansar de ser mal atendida em estabelecimentos do tipo
atualizado
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Já imaginou trocar o óleo do carro, balancear os pneus ou fazer outro serviço automotivo e ganhar de brinde uma limpeza de pele? Essa é a proposta da empresária Agda Oliver, proprietária da oficina Meu Mecânico, na QNM 9 de Ceilândia Sul. A promoção, válida para todo o mês de março, faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quinta-feira (8/3).
A Meu Mecânico, aliás, é especializada em atender o público feminino. A ideia surgiu a partir das experiências ruins que a ex-bancária Agda teve em oficinas. Segundo ela, profissionais se aproveitaram de sua falta de conhecimento no assunto para trocar peças sem necessidade.
Cansada da situação, Agda se interessou pelo assunto e passou a estudar, até perceber que era hora de abrir o próprio negócio – e a Meu Mecânico foi inaugurada, em abril de 2010. “Vi que as mulheres não levavam o carro na oficina porque não se sentiam confortáveis. Não são ambientes femininos”, explica.Atualmente, 70% dos clientes são do público feminino. “As mulheres compraram a ideia. Se eu pudesse, contrataria mais mecânicas, mas é um mercado muito defasado”.
Contra o preconceito
A presença de mulheres não está restrita à clientela. Uma das funcionárias é mecânica. Graças a Agda, Sheila Alves, 36 anos, teve contato com a profissão pela primeira vez. Segundo conta, ela aprendeu tudo que sabe na oficina, onde trabalha há quatro anos.
Sheila ainda diz que preconceito e discriminação são obstáculos diários e, no início, até mesmo os companheiros de trabalho agiam com desconfiança. “No começo, eles não acreditavam muito, mas aos poucos viram que sou detalhista e cuidadosa. Hoje, confiam no meu trabalho”.
Resistência dentro de casa
Não são apenas as funcionárias que esbarraram em obstáculos. O caminho também não foi fácil para Agda. Ela conta que sofreu resistência do próprio marido – na época, seu noivo. “Ele me disse que oficina era lugar de homem, mulheres não deveriam frequentar espaços assim”, lembra.
Segundo a empresária, depois de muita insistência, ela conseguiu convencer o companheiro a aceitar o projeto. Hoje, ele é grande apoiador de sua carreira. “Mostrei para ele que carro e mulher combinam, e fiz com que mudasse de ideia sobre o assunto. Hoje, é quem mais me incentiva.”