Ocupação de UTIs para Covid-19 volta a taxas de antes do pico no DF
Na tarde desta quinta-feira (3/9), índice era de 59% na rede pública de saúde, sem contar as unidades de cuidado intermediário
atualizado
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Uma das principais preocupações com o pico do novo coronavírus no Distrito Federal era a ocupação dos leitos das unidades de terapia intensiva (UTIs) na cidade. A taxa chegou a ultrapassar os 90% entre julho e agosto, meses durante os quais casos de infectados e mortes pela doença atingiram o auge. Na tarde desta quinta-feira (3/9), porém, 59% dos equipamentos exclusivos para contaminados pela Covid-19 estavam ocupados.
O índice, visto na rede pública de saúde, volta ao registrado em junho no DF. Somente no fim daquele mês a ocupação dos leitos ultrapassou os 70%. De acordo com a Secretaria de Saúde, o número é até maior: 64,5%. Mas a pasta considera também as unidades de cuidado intermediário, onde ficam casos não tão graves.
Se forem computadas somente as 515 UTIs dos hospitais públicos (e as dos privados destinados a pacientes advindos do sistema do GDF), 306 estão ocupadas. No caso da rede particular, a taxa está em 86,1%. Somados os dois sistemas, são 519 unidades com infectados entre 784 disponíveis. Isso indica 67,4% de ocupação.
No dia 8 de junho, por exemplo, a taxa de ocupação de UTIs reservadas para coronavírus estava em 65,4% nas duas redes. No dia 5 do mesmo mês, o índice era de 59%. O número seguiu subindo entre julho e agosto. No dia 12 julho, a situação chegou a tal ponto que o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e outros sete hospitais do DF estavam com 100% das UTIs para Covid-19 ocupadas.
“Folga”
Integrantes da Secretaria de Saúde do DF consideram a situação atual como uma “folga”. E, por isso, a pasta quer uma desmobilização gradual dos leitos exclusivos para os pacientes mais graves do coronavírus.
De acordo com o governo, a cidade começa a ver redução de casos e da ocupação das UTIs. Assim, planeja a desativação de alguns leitos a partir de 26 de setembro. “Todos os leitos instalados durante a pandemia serão aproveitados para reforçar o nosso sistema de saúde pública. Com a redução dos casos, vamos começar a realocá-los”, disse o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, à Agência Brasília.
A secretaria garante que essa desmobilização será feita de forma gradual.
Apesar dos planos, ainda há hospitais de campanha pensados especificamente para a pandemia que ainda não estão sendo usados pela população, como os estabelecido na Papuda e em Ceilândia. A reportagem do Metrópoles questionou a pasta sobre o não funcionamento dessas unidades.
“Em relação aos hospitais de campanha, a Secretaria de Saúde informa que as obras do Hospital de Campanha do Complexo Penitenciário da Papuda já foram concluídas. O início do funcionamento depende da finalização do processo de contratação da empresa gestora. Já o Hospital de Campanha da Ceilândia está com 65% das obras concluídas”, respondeu, por e-mail.
A ideia é inaugurar a unidade em Ceilândia na segunda quinzena de setembro. Após a pandemia, ela será usada como hospital materno-infantil para a população da cidade.
Números locais
O Distrito Federal registrou 32 óbitos em decorrência do novo coronavírus nesta quinta-feira (3/9). Com essas notificações, o número de mortes desde o início da pandemia sobe para 2.641 – sendo 2.419 de moradores do DF e 222 de pacientes que residiam em outras unidades da Federação, mas estavam em tratamento na capital do país.
Esses falecimentos entraram para a estatística oficial nesta terça. No entanto, nem todos ocorreram nas últimas 24 horas. Os óbitos só são contabilizados após a confirmação da causa da morte, o que pode demorar dias.
Nas últimas 24 horas, 1.254 casos de Covid-19 foram confirmados no DF. Com esses registros recentes, o número de infectados chega a 165.903. Ao todo, 150.538 pessoas já se recuperaram da doença no Distrito Federal.
O Brasil chegou a 4.040.163 de casos confirmados de Covid-19 e 124.651 mortes em decorrência da doença também nesta quinta. Nas últimas 24h, foram registrados mais 42.298 diagnósticos positivos do novo coronavírus e 871 falecimentos.
Entre as unidades federativas com mais casos da doença, estão São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Pará, Santa Catarina e Distrito Federal.