metropoles.com

Governo do DF espera fechar de vez o Lixão da Estrutural até meados de 2017

Rollemberg e cria “subgrupos para acabar com o maior depósito de lixo a céu aberto do mundo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Lixão da Estrutural _  incendio
1 de 1 Lixão da Estrutural _ incendio - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O dia 31 de julho de 2018 pode parecer distante no calendário, mas o tempo é curto para a tarefa que precisa estar concluída até lá: fechar o maior depósito de resíduos a céu aberto do mundo, o Lixão da Estrutural. A data foi definida na Política Nacional dos Resíduos Sólidos, e o Governo do Distrito Federal acredita que, até meados do próximo ano, conseguirá encaminhar todo o lixo do depósito na Estrutural para o novo aterro sanitário, entre Ceilândia e Samambaia, segundo disse ao Metrópoles a diretora-geral do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Heliana Kátia Campos.

Na segunda-feira (22/2), um decreto assinado pelo governador Rodrigo Rollemberg aprovou o “Plano de Intervenção para Encerramento das Atividades Irregulares no Aterro Controlado do Jóquei” (nome pelo qual o GDF chama o Lixão da Estrutural). O documento foi elaborado por um grupo de trabalho, do qual o SLU fez parte, mas ainda não foi divulgado oficialmente. O decreto ainda cria “subgrupos de trabalho”, para o “acompanhamento e a execução” das ações estabelecidas no Plano de Intervenção. Esses subgrupos devem apresentar relatórios trimestrais.

“Sabemos que a mudança de local já deveria ter ocorrido, mas buscamos atender necessidades ambientais, financeiras e sociais para que seja consolidada. As medidas serão tomadas pouco a pouco”, afirmou a diretora-geral do SLU. “Assim, até meados do ano que vem, alguns pontos ainda em debate poderão ser revistos, e medidas para a transição devem ser tomadas de forma paulatina.”

A logística é complexa, e envolve uma série de problemas. Confira algumas questões pendentes para a transferência do Lixão ao aterro sanitário:

Novo aterro
O fechamento do Lixão da Estrutural só será possível com o funcionamento pleno do aterro sanitário. Atualmente, as obras do aterro estão 61% concluídas, segundo dados do SLU.

Obras no aterro sanitário próximo a Samambaia

A intenção é de que o novo aterro comece a funcionar até o meio deste ano, mesmo sem estar totalmente finalizado, e sem receber todo o lixo do DF. “Não dá para abrirmos o aterro em um dia e já despejar toneladas de dejetos. Quanto às obras, focamos no que é essencial para o funcionamento, como questões ambientais de segurança. Podemos começar a funcionar sem alguns itens, como auditórios e grandes refeitórios”, acredita Heliana Campos. Até agora, foram investidos mais de R$ 15,7 milhões na construção.

Trabalhadores
O destino dos catadores que atualmente trabalham no Aterro do Jóquei também é incerto. Segundo o SLU, o plano de intervenção inclui a construção de sete centros de triagem, sendo dois na Estrutural, para atender os trabalhadores e capacitá-los para a atividade. O intuito é que parte do lixo recolhido seja catalogado e aproveitado para a reciclagem, retirando os trabalhadores das imediações do aterro. Mas, segundo a diretora do órgão, os centros só devem ficar prontos no próximo ano.

Catadores trabalham no Lixão da Estrutural

Representantes dos catadores afirmam que ainda nem foram avisados das mudanças. “Até o momento, temos apenas especulações, sem informações claras de como será a atividade das cooperativas com a início das operações do novo aterro”, afirma Raquel Rodrigues Ferreira, diretora social da Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis (Centcoop). Atualmente, cinco cooperativas e uma associação atuam no lixão. “Esperamos ter um local digno para trabalhar”, completa.

Prejuízos ambientais
A demora para a transição acarreta também adiamento nas medidas de recuperação da área do atual aterro controlado. Segundo especialistas, não se sabe a real dimensão dos prejuízos ambientais que os mais de 40 anos do lixão trouxeram. “Em todos esses anos, não foram feitos estudos para analisar como que o solo e os lençóis d’água foram afetados pelo acúmulo de lixo. Não basta apenas encerrar as operações. É preciso verificar qual a situação para estabelecer os planos de recuperação”, analisa Luciano Soares, professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?