Agefis dá cinco dias para que grade seja tirada de comércio na 307 Sul
Após denúncia do Metrópoles, órgão de fiscalização determinou retirada de equipamento que fere tombamento arquitetônico de Brasília
atualizado
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A grade colocada no bloco C da comercial da 307 Sul terá de ser removida. Nesta quinta-feira (28/4), uma equipe da Agência de Fiscalização (Agefis) esteve no local e determinou que a obra seja desfeita em até cinco dias. Lojistas reclamam da falta de segurança e do vandalismo que rondam quadra.
Poucas horas depois da publicação de reportagem do Metrópoles denunciando a irregularidade, representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Agefis visitaram o bloco comercial onde uma grade foi instalada para evitar a ação de criminosos. A obra, iniciada há aproximadamente um mês, isola o fundo do prédio da área residencial.Segundo a Agefis, o local integra a Unidade de Vizinhança 107/307 e 108/308 Sul, tombada pelo Iphan e, por isso, não são permitidas alterações no conjunto arquitetônico da quadra. A obra é, portanto, irregular. “O proprietário foi intimado a tirar a grade no prazo de cinco dias corridos. Caso ele não cumpra o estabelecido, a remoção poderá ser feita pela Agefis que, além de aplicar multa pelo descumprimento da intimação demolitória, também cobrará os custos da operação”, informou o órgão por meio de nota.
A reportagem tentou contato com a imobiliária responsável pelo bloco, que ordenou a construção da grade, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Falta de segurança
A construção polêmica ocorreu após constantes reclamações de comerciantes da 307 Sul. Segundo eles, crimes como roubos e tráfico de drogas são frequentes nos fundos das lojas e assustam funcionários e consumidores. Além disso, moradores de rua usam o local para dormir e fazer suas necessidades. “Tinha gente basicamente acampada aqui atrás. Usavam drogas e até acharam uma arma escondida uma vez. Eu e as outras funcionárias tínhamos que dar uma volta maior para pegar o ônibus para não passar pelos fundos”, contou a agente de viagens Gabriela Ritter.
Um dos estabelecimentos teve até mesmo de colocar uma chapa de metal no lugar da janela dos fundos devido aos inúmeros ataques de criminosos e vândalos. A saída, encontrada pelo proprietário do bloco, foi a construção da cerca de 5 metros de altura por outros 35 metros de comprimento.
Sobre a criminalidade na região, a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social informou que, por se tratar de uma região muito movimentada, a presença de policiais é intensificada. “O 1º Batalhão, responsável pelo policiamento ostensivo na Asa Sul, a área comercial em questão (306/307 Sul e proximidades) é bastante movimentada e, por isso, recebe atenção especial do policiamento, realizando durante todo o dia ‘pontos de demonstração’, com a colocação de policiais a pé e em viaturas em pontos estratégicos, de acordo com estatísticas e manchas criminais produzidas pela SSP e por meio de solicitações da comunidade.”
Ainda de acordo com a nota enviada à reportagem, a pasta “orienta a população a registrar ocorrências nas delegacias, pois é por meio delas que a SSP faz o mapeamento das manchas criminais, quando são indicados dias, horários e locais de maior incidência dos crimes e que orientam o trabalho da Polícia Militar e as investigações da Polícia Civil”.