OAB e CLDF cobram UTIs para pacientes internados em hospital de campanha
Diligência contou com apoio de outras instituições e mapeou falhas na unidade, incluindo a falta de vacinação dos profissionais de saúde
atualizado
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A força-tarefa Ação Conjunta Covid-19, coordenada pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federa (OAB-DF), flagrou falhas no Hospital de Campanha do Autódromo de Brasília, nesta quarta-feira (16/6). A diligência identificou 43 pacientes. Destes, 20 precisam de transferência para unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
O Hospital de Campanha do Autódromo de Brasília está impedido de receber novos pacientes até o cumprimento de adequações solicitadas pela Diretoria de Vigilância Sanitária, da Secretaria de Saúde do DF. A informação foi noticiada pela Coluna Grande Angular.
A unidade construída para ajudar no enfrentamento da pandemia tem 5 áreas de 20 leitos. Neste contexto, existem pacientes em estado grave em unidades de Cuidados Intermediários (UCIs), alguns intubados. Segundo a Ação Conjunta, estas pessoas precisam ser transferidas para leitos de UTI na rede pública.
Segundo a força-tarefa, há apenas dois aparelhos de diálise apenas para 43 pacientes. De acordo com o deputado distrital Fábio Felix (PSol), membro da Ação Conjunta, muitos profissionais de saúde estão trabalhando sem estar vacinados contra a Covid-19, inclusive a equipe de limpeza, segurança e serviços administrativos.
Confira a denuncia da Ação Conjunta:
Sem salários
Segundo a coordenadora da Ação Conjunta, a presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB-DF, Alexandra Moreschi, os profissionais de saúde contratados para trabalhar na unidade ainda não receberam salários.
Sem o quadro completo, alguns profissionais, sem a devida atribuição, dizem que precisam tirar foto dos pacientes falecidos e entrar no contêiner para acompanhar o reconhecimento do corpo pela família.
A diligência também mapeou a dificuldade no abastecimento de sedativos, especialmente o Midazolam.
Participaram da diligência a OAB-DF, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa (CLDF) e o Conselho Regional de Serviço Social e Conselho de Saúde de Brasília – Regional I.
Outro lado
Segundo a Secretaria de Saúde, não houve encaminhamento de novos pacientes após a interdição. Do ponto de vista da pasta, a unidade conta com estrutura para tratar dos atuais pacientes. E eventuais direcionamentos para novas unidades seguem critérios técnicos.
Quanto à vacinação dos profissionais da saúde, a pasta afirmou que o processo de imunização está sendo providenciado.
Veja a resposta completa da Saúde:
“A Secretaria de Saúde informa que a interdição do Hospital de Campanha do Autódromo foi realizada para novas admissões, e, a partir disso, a Central de Regulação e Internação Hospitalar (CERIH) não direcionou novos pacientes. Aqueles já internados permanecem na unidade.
O perfil do hospital é para recebimento de pacientes que necessitem de suporte ventilatório pulmonar e diálise à beira leito. A unidade possui equipamentos compatíveis com a ventilação mecânica dos pacientes. São removidos aqueles que necessitem de suporte indisponível na unidade, como centro cirúrgico e outros.
O direcionamento dos pacientes é realizado seguindo os critérios definidos pela Nota Técnica 09/2021 da CAT-COVID.
A Secretaria de Saúde informa que já está sendo providenciada a inclusão desses empregados recém contratados para serem vacinados no grupo de profissionais da área de saúde”.
De acordo com a Mediall Brasil, empresa privada responsável pela gestão da unidade temporária, o hospital não foi interditado, tendo recebido uma notificação para ajustes da operação e bloqueio temporário de novas admissões. Neste sentido, todos pacientes internados estão sendo assistidos.
A empresa negou o desabastecimento de medicamentos. De acordo com a Mediall, existem quatro equipamentos de diálise aos pacientes. Além disso, garante que a questão dos salários dos profissionais está sanada.
Leia a nota da empresa na íntegra:
“Nota de Esclarecimento ao Metrópoles
É importante ressaltar que não houve interdição das instalações do Hospital de Campanha do Autódromo, nem de seu funcionamento, e sim uma notificação para ajustes da operação e bloqueio temporário de novas admissões.
Os 43 pacientes que já estavam internados permanecem no local, recebendo toda a assistência necessária.
Afirmamos, ainda, que o estoque de medicamentos encontra-se plenamente abastecido, bem como a disponibilidade de quatro aparelhos de diálise, que atende com tranquilidade a demanda atual dos pacientes.
A remuneração dos profissionais e prestadores de serviço também já se encontra regularizada.
Por fim, reiteramos que as providências e adequações exigidas pela Vigilância Sanitária já estão sendo implementadas e comunicadas para as autoridades competentes.
Assessoria de Imprensa dos Hospitais de Campanha do DF”