OAB diz que servidora do GDF foi agredida e presa injustamente por PMs
Sheila Gonçalves de Souza Silva foi presa, acusada de dirigir embriagada, provocar acidente e desacatar policiais militares
atualizado
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A Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil seccional do Distrito Federal (OAB-DF) se posicionou a favor da servidora pública da Administração Regional de Ceilândia, Sheila Gonçalves de Souza Silva, presa acusada de dirigir embriagada, provocar acidente e desacatar policiais militares. O caso foi mostrado com exclusividade pelo Metrópoles.
Em nota, a OAB-DF afirmou que Sheila foi agredida com “murros e pontapés” pelo motorista envolvido na suposta colisão.
A entidade também repudiou o fato de Sheila ter sido encaminhada à 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) sem ter realizado bafômetro e sem ter sido ouvida.
“Foi autuada em flagrante delito e recolhida a uma cela, como se estivesse dirigido alcoolizada, o que não procede, conforme alegado pela condutora e demonstrado no laudo do Instituto de Medicina Legal”, afirma.
Ainda conforme a comissão, os fatos narrados na ocorrência “jamais poderão justificar a violência sofrida por Sheila ou qualquer outra mulher em situação semelhante”.
“Diante do ocorrido, espera-se apuração dos atos de violência física praticados pelo motorista de aplicativo, bem como das corregedorias das polícias civil e militar a devida apuração de possíveis omissões ou excessos praticados pelos integrantes dessas forças de segurança”, finalizou a OAB-DF em nota.
O caso
Na noite de 4 de setembro, a servidora lotada na Administração Regional de Ceilândia foi presa por dirigir embriagada e desacatar policiais militares. O caso está registrado na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).
Ela é acusada de ter provocado um acidente e tentado fugir do local da batida. O condutor do veículo impediu a fuga da servidora ao pegar a chave de seu carro e acionou a Polícia Militar do Distrito Federal.
De acordo com a ocorrência policial, ao chegar na 15ª DP, Sheila teria xingado os policiais militares que a conduziram à unidade de “filhos da puta”.
O boletim ainda fala que a funcionária do Governo do Distrito Federal “tentou intimidá-los, ameaçando-os, dizendo que isso não ficaria assim pois ligaria para um coronel, dando a entender que este iria prejudicar os policiais envolvidos na prisão dela”.
Ainda conforme consta na ocorrência, Sheila estava “nitidamente embriagada”. O estado de embriaguez da funcionária pública impediu, inclusive, que ela fosse ouvida na unidade policial.
Servidora nega acusações
Ao Metrópoles, a servidora negou as acusações. “Estava com o carro no trânsito, parada. Quando ele [o motorista] saiu e falou que tinha batido nele. Nem toquei no carro dele. Inclusive, meu carro foi periciado e não constataram nenhum arranhão”.
Sheila relata ter sido agredida pelo condutor do veículo. “Quando fui ligar a luz para ver, ele puxou a chave de mim e tomou meu celular. Me bateu no meio da rua”, conta.
Ela também nega ter agredido os policiais militares. “Fui direto para a delegacia. O delegado nem me ouviu, me acusou de ter xingado os policiais. Nem depoimento eu dei, já me jogaram em uma grade [sic]. Fui humilhada, comecei a chorar”, narra a funcionária.
A servidora da regional diz que irá levar o caso para a Corregedoria-Geral da Polícia Militar. “Já está com meu advogado, vou levar pra corregedoria, fui injustiçada. Me mandou lá pra DPE [Departamento de Polícia Especializada], presa, como se fosse uma bandida”, finalizou.
Procurada, a Administração Regional de Ceilândia não comentou o ocorrido até a última atualização desta reportagem. O espaço está aberto a manifestações futuras.