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OAB-DF repudia comentário de professor: “Racismo não é mal-entendido”

Em nota, comissão da Ordem cobra apuração do caso em que o docente da rede pública faz “piada” com o penteado de uma mulher negra

atualizado

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OAB-DF repudia comentário de professor: "Racismo não é mal-entendido"
1 de 1 OAB-DF repudia comentário de professor: "Racismo não é mal-entendido" - Foto: Reprodução

A Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil da Seccional do Distrito Federal (OAB-DF) publicou nota de repúdio em relação a comentário com conteúdo racista feito por um professor da rede pública de ensino. O profissional, do Centro de Ensino 804 do Recanto das Emas, faz “piada” com o penteado estilo black-power de uma mulher negra. “Cosplay de microfone”, escreveu.

“É necessário ressaltar que traços de aparência não devem servir de subterfúgios para piadas, especialmente contra mulheres negras, tão preteridas historicamente pelos padrões de beleza impostos, reduzindo e tachando o cabelo crespo como ‘ruim'”, diz um dos trechos do comunicado da OAB-DF.

De acordo com a nota, o comentário do professor trouxe constrangimento para grande parcela das mulheres negras, “já que os padrões as obrigavam a mudar sua beleza natural para serem socialmente aceitas. Por isso, o ataque à mulher negra que assume seu cabelo e sua ancestralidade deve ser veementemente combatido”.

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Manifestação foi feita na conta particular do professor no Facebook
Ele se mostrou indiferente às críticas que recebeu
O prazo vale também para estudantes inscritos na Educação de Jovens e Adultos (EJA)
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Declaração preconceituosa

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Manifestação foi feita na conta particular do professor no Facebook

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Ele se mostrou indiferente às críticas que recebeu

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O prazo vale também para estudantes inscritos na Educação de Jovens e Adultos (EJA)

Hugo Barreto/Metrópoles

“Realça-se que com a ‘piada’ do professor, figura que aparenta autoridade, outros usuários passaram a fazer comentários de cunho racista, inclusive, com alusão ao holocausto e a grupos nazistas, o que demonstra que a dita piada desencadeou o ataque à comunidade negra”, observa a nota assinada pela presidência da comissão da OAB-DF.

O comunicado também chama atenção para outra publicação do professor em relação à homossexualidade. “Não bastasse isso, em outras publicações, o servidor ataca a comunidade LGBTQ+, o que demonstra que seu comportamento em redes sociais é inegavelmente antissocial e incondizente com a profissão que exerce. Ser professor é uma dádiva, mas que impõe ao profissional comportamento social lídimo e sem máculas, a fim de fomentar inspiração em seus alunos”.

“Racismo não é mal-entendido, é crime! Portanto, repudiamos os fatos ocorridos e lembramos que muito embora seja garantida a liberdade de expressão, esta não deve jamais ultrapassar os limites da dignidade da pessoa, ou mesmo do coletivo, como foi o caso. Especialmente, tratando-se de pessoa que exerce tão relevante e essencial profissão, a docência”, continua.

Por fim, a Comissão de Igualdade Racial afirma que vai requisitar às autoridades responsáveis a apuração da postura do servidor público em sala de aula e nas redes sociais (confira a íntegra do documento clicando aqui).

Sobre o caso

Comentários com teor preconceituoso de um professor do Centro de Ensino Médio 804, no Recanto da Emas, mobilizaram estudantes e ex-alunos da instituição na noite dessa quarta-feira (19/8). A publicação considerada racista ocorreu no perfil pessoal do professor de espanhol Murilo Vargas no Facebook.

Diante da repercussão, a escola onde o docente trabalha se pronunciou em nota, repudiando os comentários.

“Essas declarações não refletem o pensamento da escola, que sempre prezou pela diversidade e pluralidade de ideias e procurou sempre se pautar pelos princípios da liberdade, como escola formadora do pensamento crítico-reflexivo, independente de partidarismo político, ideologia, raça ou credo”, diz trecho da nota divulgada.

Poucas horas após a postagem, um abaixo-assinado cobrando o afastamento do professor foi criado por iniciativa de estudantes e já contava com mais de mil assinaturas. O Metrópoles apurou que mais alunos se uniram e estão colhendo outras provas para que o caso seja levado até a Polícia Civil do DF.

Até a última atualização desta matéria, o professor Murilo Vargas não tinha retornado os contatos da reportagem. O espaço segue aberto a manifestações.

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