O ano do medo. Veja 10 crimes que chocaram o Distrito Federal em 2017
Latrocínio, mortes causadas por motoristas embriagados, brigas entre vizinhos e casos de feminicídio foram alguns dos delitos registrados
atualizado
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O ano de 2017 foi marcado por diversos crimes bárbaros que chocaram os brasilienses. Alguns seguem impunes, outros se transformaram em exemplo de superação, como o da jovem de 22 anos que pulou da janela do 4º andar para se salvar das agressões cometidas pelo marido. Hoje, mesmo numa cadeira de rodas, ela demonstra alegria em viver .
Latrocínio, mortes causadas por motoristas embriagados ou imprudentes, brigas entre vizinhos e casos de feminicídio marcaram pela crueldade e, muitas vezes, pela impunidade. Na noite de 30 abril, um racha disputado entre um advogado e um militar do Corpo de Bombeiros, na L4 Sul, matou mãe e filho que estavam em outro veículo. Os responsáveis pela tragédia não foram presos, pois a Justiça entendeu que eles não “representam risco à sociedade”.
“Eles continuaram dirigindo depois do crime. Mudaram? Aprenderam alguma coisa? Não tenho como responder. Como cidadãos, resta à família acreditar na Justiça e esperar a decisão do juiz, que só deve ser proferida no ano que vem”, conclui.
Relembre os crimes que chocaram o Distrito Federal em 2017:
Já Elton Henrique da Silva, 23 anos, teve a vida transformada em agosto. Ele perdeu a mulher, Rute Ester de Jesus Carvalho, 22 anos; a irmã dela, Gabriela de Jesus Carvalho, 19; e o pequeno Eriko, de 6 meses, em um bárbaro acidente (foto principal) causado por um adolescente que dirigia em alta velocidade. Silva pretendia se casar com Rute no fim deste ano.
“O que tinha em mente, nos meus planos, não vai acontecer mais. Preciso traçar meu novo caminho. Quero abraçar tudo até onde puder”, diz. O jovem ressalta que a força que ele tem para seguir em frente vem do filho. “Fiquei desestruturado e minha criança tem sido minha salvação”, completa.
Crime sem solução
Enquanto algumas famílias tentam superar a dor, outras ainda sofrem porque os assassinos que tiraram a vida de seus parentes seguem nas ruas. É o caso do responsável pela morte de Arlon Fernando da Silva, 29 anos, executado após ser assaltado no centro de Brasília.
A bicicleta levada no latrocínio ainda não foi localizada e o criminoso segue solto. Os pais da vítima moram no município de Rio Branco do Sul (PR), local onde o corpo foi enterrado.
Para nós, aqui, do Paraná, fica difícil recorrer ou saber de algum novidade. Não podemos deixar esse crime impune. Se esse caso for esquecido, poderá acontecer o mesmo com outras pessoas.
prima de Arlon
A 5ª Delegacia de Polícia (área central de Brasília) é a responsável pelas investigações. Um adolescente chegou a ser apreendido, mas foi liberado após apresentar versões divergentes sobre o crime. A roupa usada por ele no dia da execução foi recolhida e encaminhada ao Instituto de Criminalística.
Dados da violência
Os delitos bárbaros ocorridos durante 2017 são reflexo das estatísticas da criminalidade no Distrito Federal. Entre janeiro e novembro, os casos de estupro na capital cresceram 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com balanço da Secretaria da Segurança Pública (SSP-DF). Foram 626 ocorrências contra as 551 de 2016.
Crimes sem emprego de violência também têm tirado o sono dos moradores da capital do país. Em novembro deste ano, foram cometidos 1.186 furtos em veículo. O número é 26% maior do que o observado no mesmo mês de 2016, quando ocorreram 941 casos. No acumulado dos 11 meses deste ano, foram 11.568 notificações, configurando redução de 2,4%.
Outras violações monitoradas pelo governo do DF registraram queda. O número de homicídios caiu 17,6%. Passou de 539 casos entre janeiro e novembro de 2016 para 444 no mesmo período de 2017.
Enquanto os assassinatos diminuíram, o número de tentativas de homicídio ficou estagnado. Nos dois períodos analisados — janeiro a novembro de 2016 e os mesmos meses de 2017 — 851 casos foram reportados à polícia. Houve ainda a notificação de 34 latrocínios, 17,1% a menos.