Novos vídeos mostram brigas de estudantes em escola militarizada no DF
Nas imagens, alunas saem no tapa dentro de uma sala de aula de um colégio de gestão compartilhada do Distrito Federal
atualizado
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Novos vídeos mostram brigas entre estudantes do Centro Educacional 01 (CED 01) da Estrutural, uma escola pública de gestão compartilhada do Distrito Federal. Uma delas teria sido travada dentro de sala de aula. A outra ocorreu na rua, fora do colégio militarizado.
Veja a imagens:
A primeira gravação mostra uma intensa troca de socos, tapas e chutes. Segundo fontes do Metrópoles, cujas identidades serão preservadas, as cenas foram protagonizadas por estudantes do 7º ano na terça-feira passada (14/06).
Na segunda imagem, duas alunas trocam tapas e puxões de cabelo fora do estabelecimento educacional. Durante o conflito, uma estudante desfere um joelhada contra na cabeça da outra. Conforme os relatos das fontes, o embate teria sido travado por adolescentes do 9º Ano. Neste caso, o vídeo foi registrado na última quarta-feira (15/6).
Recentemente, o CED 01 foi alvo de uma série de polêmicas, inclusive com atos violentos entre alunos e policiais. Os episódios levaram a troca de parte dos militares escalados para a escola. Em 2022, cenas de brigas envolvendo estudantes da rede pública têm sido recorrentes, a exemplo do Centro de Ensino Médio 01 (CEM 01) de Sobradinho.
O modelo de gestão compartilhada tem sido objeto de críticas e questionamentos do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Segundo a Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc), mesmo com a presença de militares, o número de ocorrências nas escolas tem aumentado.
A Proeduc também criticou a falta de critérios para seleção das unidades e de indicadores de desempenho do modelo. O MPDFT vem solicitando os resultados do programa nas notas e no desenvolvimento escolar dos alunos, mas não teria recebido respostas. De acordo com a promotoria, entre as 17 unidades de ensino que aderiram ao modelo, 10 não ocupavam as maiores posições no ranking de vulnerabilidade escolar.
As escolas compartilhadas são uma parceria entre as secretarias de Educação e de Segurança. Os profissionais da educação ficam responsáveis exclusivamente pelo trabalho pedagógico. Os da segurança zelam pela parte disciplinar, com foco no policiamento comunitário, luta contra a violência, cidadania e promoção da cultura de paz.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com as pastas da Segurança, Educação e com a Polícia Militar do DF (PMDF). Segundo nota conjunta das duas pastas, a briga dentro de sala de aula teria ocorrido em momento de transição entre as aulas, sem a presença de um professor. O caso será analisado pela direção do colégio.
“Cabe destacar que fato ocorrido foi pontual e não faz parte da rotina dos alunos da escola”, argumentaram as secretarias. No caso do embate entre alunas fora do colégio, de acordo com os gestores, não foi possível identificar se as imagens seriam, de fato, de estudantes da unidade de ensino.
De acordo com as pastas, os monitores da PMDF estão capacitados na filosofia do policiamento comunitário e da cultura de paz. Segundo a nota, a coordenação da Polícia Militar afirmou estar à disposição de pais e demais integrantes da comunidade escolar para contribuir na construção de um ambiente seguro e propício para a construção do conhecimento.
PMDF
A PMDF também encaminhou nota de posicionamento e questionou o suposto aumento das ocorrências nas escolas compartilhadas, apontado no estudo no MPDFT. “A implementação do modelo de gestão compartilhada teve início em 2019, sendo que, nos primeiros 200 dias do referido ano, quatro escolas estavam com o modelo implementado. Após este período, mais sete escolas foram incluídas na proposta. No início de 2022 o DF já contava com 11 escolas sob esse modelo. Outras duas unidades ainda estão em fase de implementação”, disse.
A PMDF ainda destacou que o processo de implantação segue a legislação e parte da opção da própria comunidade escolar. Além disso, os colégios são selecionados mediante critérios de vulnerabilidade como violência, evasão escolar e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região.
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