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Novo decreto. Veja o que pode e o que não pode funcionar no DF

Eventos e shows com cobrança de ingressos estão vetados. Demais atividades ainda funcionam normalmente

atualizado

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Matheus Veloso/Especial Metrópoles
18/12/2021. Brasília-DF. Despedida de Luiz Antony no Casa Maaya. Fotos: Matheus Veloso/Especial Metrópoles
1 de 1 18/12/2021. Brasília-DF. Despedida de Luiz Antony no Casa Maaya. Fotos: Matheus Veloso/Especial Metrópoles - Foto: Matheus Veloso/Especial Metrópoles

O novo decreto divulgado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) na noite dessa quarta-feira (12/1) estabeleceu a proibição de que eventos, shows e festivais sejam realizados na capital. Esse foi o primeiro recuo feito pelo GDF após o aumento de casos de Covid no DF e a série de liberações que ocorreram ao longo de 2021.

Saúde confirma 26 casos de Ômicron e 11 mil de influenza no DF

Conforme detalha a redação do novo decreto, está suspensa “a realização de eventos, shows, festivais e afins, com a venda de ingressos ou cobrança de qualquer valor a título de contribuição dos convidados, ainda que o valor seja revertido em consumação”.

Não há data prevista para a nova medida expirar.

O funcionamento de bares e restaurantes, no entanto, ainda está liberado sem maiores restrições. Academias, igrejas e shoppings também não foram afetados.

Leia o decreto na íntegra

Prejuízos para programações

Lili Santana, que organizava a tradicional Festa da Lili para este final de semana, foi pega de surpresa pelo decreto e lamenta que terá de cancelar o evento em cima da hora.

“Estamos muito tristes por não poder realizar o nosso evento. Estávamos ansiosas pela oportunidade de voltar com os artistas e gerar emprego no Distrito Federal. Essas pessoas precisam trabalhar para apoiar suas famílias”, diz.

Ela conta que toda a logística já estava preparada, inclusive com testes sendo realizados na entrada. “Tínhamos estabelecido que somente clientes com o ciclo vacinal completo poderiam acessar o evento, e teríamos na entrada um laboratório para fazer exames tanto de Covid como influenza.”

Ao receber a notícia, ela ordenou que a estrutura fosse desmontada e devolverá o dinheiro dos ingressos.

O proprietário do gastrobar Mezanino, na Torre de TV, e sócio da produtora Oh! Artes, João Felipe Maione lamenta o que chama de decisão “equivocada”.

“O decreto é completamente preconceituoso contra o setor de eventos e demonstra completo despreparo no trato com a pandemia, visto que diversas capitais não proibiram eventos, mas sim impuseram restrições, respeitando a, ainda lenta, retomada deste setor”, reclama.

Ele destaca que a decisão foi tomada sem que houvesse diálogo. “O governo sequer nos procurou para conversarmos, tentar chegar num senso comum. Igrejas, shoppings, metrô, transporte público continuam lotados, mas não podemos fazer um evento para, sequer, 100 pessoas, se houver cobrança de ingressos. Nos causa bastante indignação e só nos resta torcer para que a taxa de contágio diminua e as autoridades responsáveis revoguem tais restrições.”

Sindicato da categoria também reclama

Conforme diz o presidente do Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos- DF), Luís Otávio Rocha Neves, o decreto veio como uma surpresa. “Ano passado foi organizado um protocolo muito bem feito e agora voltam a fechar tudo. As empresas todas vão quebrar”, lamenta.

Segundo ele, o setor de eventos não pode ser considerado o único responsável por causar aumento na transmissão da Covid-19 na capital. “Os ônibus continuam cheios, os cultos religiosos também. Não pode só uma parte pagar a conta. Por qual motivo não voltam com a obrigatoriedade de máscara em lugar aberto? É só com a gente?”, questiona.

Luís diz que ainda não sabe como procederá com as festas já marcadas no DF para os próximos finais de semana. “Vamos conversar com o governo e saber o que dá para fazer. A gente quer colaborar, mas não com tudo fechado”, reclama.

Covid-19: o que se sabe sobre a variante Ômicron até o momento:

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

Peter Dazeley/ Getty Images
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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

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Apesar de entender a decisão do GDF de proibir a realização de shows e festas na capital, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF) também disse não estar feliz com o anúncio.

“É uma medida técnica que não se pode contestar muito, mas a gente fica triste por afetar um setor que está muito sofrido desde o início da pandemia”, diz o presidente da Fecormércio-DF, José Aparecido.

Na avaliação dele, a decisão do GDF é preventiva e visa evitar um novo lockdown nas próximas semanas. “Lamento muito, mas é uma medida cautelar. Não critico, mas não estou feliz. Creio que antes de ser tomada uma medida dessas houve bastante análise”, destaca.

Taxa de transmissão

A preocupação das autoridades do DF é explicada pela velocidade do crescimento da taxa de transmissão do coronavírus, que subiu pela sétima vez seguida em uma semana nessa quarta-feira (12/1) e chegou a 2,11. Isso significa que uma pessoa infectada pela Covid-19 transmite o vírus para, pelo menos, outras duas.

Essa foi uma das taxas mais altas já registradas em Brasília. O recorde aconteceu no início da pandemia, em março de 2020, quando ainda não havia distanciamento social. À época, o indicador chegou a 2,61.

Veja o gráfico da evolução da taxa de transmissão ao longo do tempo:

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