Novo comandante da PMDF tem perfil técnico e proximidade com Bolsonaro
A escolha foi sacramentada após o Metrópoles revelar que o então 01 da corporação, Julian Pontes, havia se vacinado antes de 8 mil praças
atualizado
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O novo comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Márcio Cavalcante de Vasconcelos, assume o posto mais alto da corporação alinhado com governo federal. O oficial tem proximidade com o ministro da Justiça, Anderson Torres, e com o do Tribunal de Contas da União (TCU), Jorge Oliveira. Vasconcelos também já teria feito trabalhos na área de inteligência para a Presidência da República.
A escolha dele foi sacramentada pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), após o Metrópoles ter revelado que o então comandante-geral, Julian Pontes, havia tomado a vacina contra Covid-19 antes de 8 mil praças. A demissão foi publicada na tarde de sexta-feira (2/4), em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF).
Antes de aceitar o comando da PMDF, Vasconcelos estava à frente da Subsecretaria de Operações Integradas (Sopi), da Secretaria de Segurança do DF (SSP). Ele havia ocupado o cargo deixado pelo também coronel da PMDF Carlos Renato Machado Paim, que assumiu a Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.
Com 27 anos de serviço, o novo comandante da PMDF é bacharel em educação física e em direito pela Universidade Paulista. Especializou-se em ciências policiais e em gestão estratégica de segurança pública, além de já ter trabalhado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República de 2003 a 2010.
O oficial também esteve lotado no gabinete do então ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, comandada, à época, pelo colega de farda Jorge Oliveira, em 2019. Na PMDF, foi comandante do 3⁰ Batalhão (Asa Norte) e, depois, coordenador de eventos e atividades especiais da SSP, entre 2016 e 2019, antes de se transferir para o governo federal.
Alta patente na frente
Na tarde de quarta-feira (31/3), o comandante-geral da PMDF, coronel Julian Rocha Pontes, de 47 anos, tomou uma dose da vacina na UBS 1 da Asa Sul. Ao ser questionado pelo Metrópoles, o Centro de Comunicação Social da PM confirmou a informação e acrescentou que “outros policiais militares” foram imunizados, de acordo com a circular vigente da Saúde do DF, que passou a valer na segunda-feira (29/3).
A comunicação da PM, no entanto, não especificou quem foram os outros policiais vacinados. Mas a reportagem do Metrópoles apurou que, além de Pontes, os seguintes integrantes do alto-comando receberam o imunizante: o subcomandante-geral, coronel Cláudio Fernando Condi, 47; e o subcomandante operacional do 2º Comando de Policiamento Regional, tenente-coronel Eduardo Condi, 48.
Esses oficiais aproveitaram uma mudança recente nas regras de utilização das doses remanescentes de vacinas, chamadas de “xepa”, para ter prioridade na campanha de imunização.
Após ter sido exonerado por ordem do governador Ibaneis Rocha, Pontes se manifestou: “Pode ter sido inoportuno, mas não foi ilegal”, disse, sobre o fato de ter tomado a vacina.
No mesmo dia, mais dois policiais militares morreram após complicações relacionadas à Covid. A vacinação para as forças de segurança no DF está marcada para começar na segunda-feira (5/4).