Nova vida: 5 irmãos do DF são adotados por família dos Estados Unidos
Casal já tinha quatro filhos, mas em nenhum momento tiveram dúvidas sobre o processo de adoção. Trâmite seguiu o que determina o ECA
atualizado
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O primeiro mês de 2022 marcou uma vitória para o programa de adoções do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT): cinco irmãos encontraram um novo lar nos Estados Unidos. Os pequenos já embarcaram rumo à América do Norte, após quatro anos esperando por uma família que os acolhesse.
Todo o processo de adoção internacional foi acompanhado pela Comissão Distrital Judiciária de Adoção (CDJA) do TJDFT e contou com a atuação do organismo internacional Lifeline Children’s Services. Os pequenos estavam na Casa da Criança Batuíra.
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Segundo conta Thaís Botelho, assistente social e secretária executiva da CDJA, o casal que adotou o quinteto já tinha quatro filhos, ainda assim, eles não tiveram dúvidas quanto ao processo de adoção, e logo que o caso dos cinco irmãos foi apresentado, se disponibilizaram para adotá-los.
Apesar da disposição, os adotantes precisaram esperar o processo de habilitação para adoção nos EUA, e a habilitação no Brasil somente pode ocorrer após o deferimento do pedido no país de origem. Eles esperaram quase 10 meses para finalizar a habilitação brasileira. Todo o trâmite seguiu o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“Observamos que a experiência prévia da maternidade e da paternidade parece ter tornado o estabelecimento de vínculos mais fácil e natural. O casal demonstrou habilidade para atender às diferentes demandas que surgiram e ainda para conduzir as tarefas cotidianas, sempre de modo afetivo e disponível para a aproximação e vinculação com as crianças”, avalia Thaís.
Preparação para a nova família
A secretária executiva da CDJA ressalta a importância da preparação das crianças para a transição do acolhimento institucional à vinculação a uma nova família. No processo de adoção dos cinco irmãos, foram realizados 14 encontros de preparação antes da chegada dos adotantes e outros 10 durante o estágio de convivência com a família no Brasil.
“Primeiro é preciso criar vínculo de confiança e de afetividade, e isso exige trabalho, presença, atenção. As crianças precisam de espaço de escuta para compartilhar suas angústias, medos, fantasias e sonhos”, explica Thaís.
Ela completa que o investimento na preparação também é fundamental para os adotantes. “O tempo de espera pelo filho deve ser um momento de reflexão e de autoconhecimento, de modo a facilitar a adaptação entre as partes envolvidas”, pondera.