Nova CLDF terá mesmo número de pardos e mais um preto. Veja perfis
Entre os pretos há dois homens – Chico Vigilante (PT) e Fábio Felix (PSol) – e apenas uma mulher – Doutora Jane (Agir)
atualizado
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A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) terá três deputados que se autodeclaram pretos para a legislatura de 2023-2026. Apesar de baixo, apenas um oitavo do total de parlamentares, o número ainda consegue ser maior que a atual composição da Casa, que tem apenas dois. Já o somatório de pardos se mantém o mesmo: são oito.
Entre os pretos há dois homens – Chico Vigilante (PT) e Fábio Felix (PSol) – e uma mulher – Doutora Jane (Agir).
O número de brancos será exatamente a metade dos deputados. Não há indígenas eleitos.
O Metrópoles conversou com os três parlamentares pretos eleitos. Todos foram unânimes ao reconhecer que ainda há muito trabalho a ser realizado para que se alcance uma representatividade maior.
Para Fábio Felix, há racismo estrutural na falta de votos em candidatos negros. “Nós enfrentamos dificuldades que as pessoas brancas nem imaginam que existem. Dificuldades que acabam desacreditando o povo preto de que é possível se representar”, diz.
Segundo ele, a representatividade é fundamental para garantir políticas públicas eficazes a essa parcela da sociedade. “Quase 60% da população brasileira se autodeclara negra e, infelizmente, não temos essa presença nos espaços de poder”, lamenta.
Na mesma linha, Chico Vigilante afirma que a marginalização vem desde os tempos da escravidão. “Os pretos sempre estiveram na periferia, nos empregos piores, sem espaço na tomada de decisões. Isso só se altera com política pública”, destaca.
Deputado há cinco mandatos, ele diz que só está nessa posição atualmente pois resolveu quebrar esse paradigma. “Quando vou às escolas eu falo com os jovens para não ficarem esperando. Eles têm que fazer acontecer”, pontua.
Já a única futura parlamentar autodeclarada preta, Doura Jane, diz que sabe da responsabilidade que terá. “Represento duas maiorias [mulheres e pretos] que são minorias nos espaços de poder. Quando eu era delegada, já sentia essa relação com a população. Agora, como deputada, a possibilidade de fazer diferença é ainda maior”, destaca.
Conheça também os declarados pardos:
Max Maciel (PSol)
O pedagogo e ativista social chega à Câmara Legislativa em sua segunda campanha ao cargo de deputado distrital. Com o lema “A periferia é o centro”, o ceilandense – que atua há mais de 20 anos na defesa dos direitos da juventude – apresentou propostas para o passe livre estudantil, descentralização da cultura, fortalecimento do empreendedorismo local e saúde pública.
Martins Machado (Republicanos)
Nascido em São Paulo, Martins é pastor e radialista. Foi reeleito deputado distrital em campanha que teve como lema “Fé, Força e Família”. Em 2018, quando disputou pela primeira vez uma cadeira no Legislativo local, foi o mais votado entre os candidatos. Esteve à frente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) desde o início de seu mandato, com exceção do período em que se licenciou para chefiar a Secretaria Extraordinária da Família do GDF.
Jorge Vianna (PSD)
Reeleito deputado distrital, Vianna nasceu no Maranhão e chegou ao DF aos 2 anos de idade. É servidor da Secretaria de Saúde, onde ocupa o cargo de técnico de enfermagem. Iniciou a vida política em movimentos estudantis e esteve à frente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF). No atual mandato na CLDF, tem integrado comissões permanentes como a de Educação, Saúde e Cultura (CESC).
Roosevelt Vilela (PL)
Eleito suplente em 2010 e em 2014, o deputado distrital assumirá seu segundo mandato na CLDF. Formando em Direito e mestre em Administração Pública, Roosevelt Vilela é subtenente veterano do Corpo de Bombeiros Militar do DF. Foi secretário-adjunto das Cidades e administrador de três regiões administrativas. Atua pela melhoria da segurança, da educação, da saúde e pelo estímulo ao esporte.
Rogério Morro da Cruz (PMN)
Bernardo Rogério Mata de Araújo Junior, eleito com o nome Rogério Morro da Cruz, nasceu em Porto (PI). É casado, tem seis filhos e trabalha na área de vendas. Entre as suas prioridades para o mandato de deputado distrital, na nona legislatura da Câmara Legislativa, ele destaca a regularização fundiária.
Ricardo Vale (PT)
Eleito deputado distrital em 2014 e suplente em 2018, Ricardo Vale é desenhista técnico, graduado em administração e marketing. Morador de Sobradinho, milita pelas causas sociais, com atuação nos movimentos estudantis, culturais, esportivos e em defesa dos direitos humanos.
Wellington Luiz (MDB)
Policial civil, Wellington Luiz retorna à Câmara Legislativa para atuar na nona legislatura após ter ocupado uma das cadeiras da CLDF entre os anos de 2011 e 2018. Entre outras, é autor da Lei distrital nº 5.177/2013, que reserva vagas para gestantes nos estacionamentos do DF.
Pepa (PP)
Natural de Várzea do Poço (BA), é morador de Planaltina, servidor público do DF, e tem como bandeiras principais o esporte, a cultura, a mobilidade e a assistência social. Foi candidato a deputado distrital em 2014, pelo PHS, e em 2018, pelo PSC.