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“Nossa cultura naturaliza a violência contra mulher”, diz promotor

No primeiro semestre deste ano, 16 mulheres foram mortas no DF, ou 60% a mais que o mesmo período de 2017, segundo MPDFT

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Hugo Barreto/Metrópoles
Violencia contra mulher – Abuso – Faca – Agressão – Feminicídio
1 de 1 Violencia contra mulher – Abuso – Faca – Agressão – Feminicídio - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O número de vítimas de feminicídio no Distrito Federal no primeiro semestre de 2018 aumentou 60% em relação mesmo período do anterior, segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Foram 16 assassinatos de mulheres. A maioria tem menos de 40 anos. No mesmo período de 2017, a polícia investigou 10 homicídios. 

“Vivemos numa cultura que naturaliza a violência contra a mulher”, afirma o promotor de Justiça Fausto Lima do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

Uma das vítimas foi Janaína Romão Lúcio, 30 anos, perdeu a vida de forma covarde, a facadas, e na frente das filhas pequenas, no dia 14 de julho. Assassino confesso, Steffanno Jesus Souza de Amorim, 21, está preso.

Reprodução
Janaína Romão foi assassinada pelo ex-companheiro, Steffano Jesus Souza de Amorim

 

Em 6 de março, outro caso de feminicídio chocou o DF. A funcionária do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Romilda Souza, 40, foi morta a tiros pelo marido e ex-vigilante Elson Martins da Silva, 39, que se suicidou em seguida, na 406 Sul.

Reprodução
Romilda Souza, 40, foi morta a tiros pelo marido Elson Martins da Silva, que se matou em seguida


No primeiro semestre deste ano e de 2017, o número de sobreviventes a tentativas de feminicídio é o mesmo: 47 mulheres resistiram aos ataques dos agressores em cada ano.

A violência doméstica atinge todo o Distrito Federal, mas Ceilândia, Santa Maria, Planaltina, Samambaia, Taguatinga, Recanto das Emas e Gama lideraram o triste ranking de vítimas do primeiro semestre do ano, de acordo com o levantamento do MPDFT.

“O diagnóstico da violência contra a mulher deve orientar o trabalho preventivo nas regiões de maior incidência”, afirma a coordenadora do Núcleo de Gênero do MPDFT, a promotora Liz-Elainne Mendes.

Segundo ela, é preciso investir em redes locais de acolhimento das mulheres, integração das políticas públicas e aumento de campanhas e programas educativos para se pensar em prevenção.

O Ministério Público afirma que, desde o fechamento da Casa da Mulher Brasileira, não existe no Distrito Federal nenhum equipamento para atendimento integral das mulheres.

No Distrito Federal, são 42 promotorias de Justiça especializadas no tema, além do Núcleo de Gênero, que atua na formulação e na implementação de políticas públicas de promoção da igualdade de gênero, na conscientização sobre os efeitos pessoais e sociais da violência contra a mulher e no reconhecimento dos seus direitos e garantias.

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