No DF, 82 pessoas tomaram doses de vacinas diferentes contra Covid
Dado foi divulgado pela Secretaria de Saúde. Não existem ensaios ou estudos que comprovem a eficácia da imunização nestes casos
atualizado
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Levantamento da Secretaria de Saúde do DF mostrou que 82 pessoas tomaram doses trocadas da vacina contra a Covid-19. Elas foram imunizadas pela primeira vez com a Coronavac receberam, posteriormente, a AstraZeneca, ou vice-versa. O boletim é referente ao período de 19 de janeiro, quando começou a vacinação, a 29 de maio.
Em dois casos, o intervalo entre as doses foi inferior a 14 dias, sendo então a segunda dose considerada inválida. Os demais receberam as duas vacinas com um intervalo maior do que 14 dias. Nesta situação, segundo a pasta, os indivíduos não poderão ser considerados como devidamente imunizados.
“No entanto, neste momento, não se recomenda a administração de doses adicionais de vacinas Covid-19”, destaca a secretaria. Não existem ensaios ou estudos que comprovem a eficácia da vacina nesse cenário.
A Coronavac, do Instituto Butantan, exige intervalo de até 28 dias para a aplicação da segunda dose da mesma vacina. Já a de Oxford/AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, prevê a aplicação da segunda dose em até 90 dias.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que “cabe aos estados e municípios o acompanhamento e monitoramento de possíveis eventos adversos a essas pessoas por, no mínimo, 30 dias.”
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que não existe uma comprovação da completa imunização quando acontece a mistura de imunizantes. Em documento, a Anvisa alerta que “não há dados que sustentem que a troca de fabricantes de vacinas entre a primeira e a segunda dose produza resposta imune SARS-Cov-2”.
Eventos adversos
Os casos de vacinação com doses diferentes de imunizantes estão incluídos nos casos de eventos adversos associados à vacinação. Até o momento, o sistema da Secretaria de Saúde do DF registra 2.529 casos de EAPV associados temporalmente às vacinas contra Covid-19, sendo 1.301 foram associados exclusivamente à vacina Coronavac, 1.127 exclusivamente à vacina Oxford/AstraZeneca e 17 exclusivamente à Pfizer.
Do total, 766 fichas foram analisadas e encerradas. Após avaliação de causalidade, 174 casos foram classificados como causados por outros fatores que não as vacinas, e 592 casos foram associados aos imunobiológicos.
Com relação aos EAPV exclusivos à vacina Coronavac, 291 casos foram classificados como não-graves, 49 erros de imunização (5 com evento não grave associado) e 11 graves. Entre os sintomas apresentados após a vacina, no geral, 159 pessoas relataram cefaleia, 69 mialgia, 50 diarreia e 17 reação de hipersensibilidade cutânea.
Dos eventos relacionados à AstraZeneca, 119 foram classificados como não-graves, 19 erros de imunização (2 com evento não grave associado), e 6 graves. Os sintomas mais relatados foram: cefaleia (53), mialgia (47), febre (44) e reação no local de aplicação (20).
Já com relação à Pfizer, 11 foram classificados como não-graves e 2 erros de imunização (1 com evento não grave associado). Os sintomas mais observados foram: cefaleia (4), febre (2) e reação no local de aplicação (2).
Cinquenta e oito óbitos foram notificados por estarem temporalmente associados às vacinas. Após investigação, foi concluído que foram coincidentes com a imunização, mas não causados por ela. Outras quatro mortes estão sob investigação.