No DF, 68% da população é contra as Forças Armadas fiscalizando eleições, aponta pesquisa Metrópoles/Ideia
Por outro lado, 27,6% são favoráveis e 4,4% dos entrevistados não souberam responder ao levantamento
atualizado
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Para 68% dos brasilienses, as Forças Armadas não devem fiscalizar as eleições deste ano. Por outro lado, 27,6% são favoráveis, e 4,4% não souberam responder. Os números constam na mais recente pesquisa Metrópoles/Ideia.
No recorte por gênero, o eleitorado feminino em Brasília é mais inclinado a aceitar a participação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica diretamente no pleito: 29,3%. O público masculino responde por 25,7%.
Para cientistas políticos, é esperado que o cidadão confie nas urnas eletrônicas, mesmo com manifestações contrárias do atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que lidera as intenções de voto na capital do país. “A defesa da democracia em sentido amplo não necessariamente se relaciona com estar favorável a uma política A o B”, pondera Nauê Azevedo, cientista político e professor de direito constitucional.
“Muitas vezes, os eleitores podem simpatizar com o presidente, gostar de determinadas pautas, mas se apresentam contrários a declarações contra as urnas, porque entendem que ferem a democracia. Eles podem votar [em Bolsonaro], apesar desse discurso”, completou o especialista.
Para o também cientista político André Rosa, deve-se levar em consideração que muitas pessoas que apoiam Bolsonaro são, na verdade, apenas contra o PT, e não necessariamente concordam com tudo o que afirma o presidente.
“É importante frisar que há muito tempo o PT não ganha em Brasília nas eleições presidenciais. O eleitorado já teve preferência por Marina, Aécio e, agora, Bolsonaro. Ele estar em primeiro lugar não quer dizer que [os brasilienses] são bolsonaristas e contra as urnas”, ponderou o especialista.
Fiscalização das urnas eletrônicas
A inspeção das Forças Armadas nas urnas eletrônicas aconteceu em 3 de agosto último. O Ministério da Defesa enviou nove militares: quatro do Exército, três da Marinha e dois da Força Aérea.
O ato foi marcado após envio de ofício pela pasta em 1º de agosto, solicitando acesso “urgentíssimo” às linhas de código dentro dos procedimentos de fiscalização previstos em resolução da Corte. O TSE informou que enviou um ofício convidando o ministério para realizar o procedimento, ainda em outubro de 2021, mas não obteve resposta.
O código-fonte é um conjunto de comandos e instruções, escritos em linguagem para computadores, que integram um programa capaz de acionar o funcionamento de equipamentos eletrônicos.
Desde outubro de 2021, veja as entidades que foram ao TSE e tiveram acesso à inspeção do código-fonte:
• 30/11/2021 – Partido Verde (PV)
• 9/12/2021 – Partido Liberal (PL)
• 17 a 21/1/2022 – Controladoria-Geral da União (CGU)
• 21 a 23/2/2022 – Ministério Público Federal (MPF)
• 21 a 23/3/2022 – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
• 26 a 28/4/2022 – Senado Federal
• 2 a 5/08/2022 – Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
• 22 a 26/8/2022 – Polícia Federal