No DF, 35% das pessoas vacinadas com comorbidades têm hipertensão
De acordo com a Saúde, 9.397 pacientes com a doença receberam o imunizante. Ao todo, 26.845 pessoas deste grupo prioritário foram vacinadas
atualizado
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O grupo de pessoas com comorbidades no Distrito Federal já tem 26.845 vacinados contra a Covid-19 com a primeira dose. Dentre as doenças, as que contam com a maior proporção de imunizados são hipertensão e diabetes.
Os dados são do informativo mais recente da Campanha de Vacinação contra Covid-19 divulgado pela Secretaria de Saúde do DF. A pasta avaliou dados do OpenDataSUS de 19 de janeiro a 16 de maio.
Conforme a Secretaria, pelo menos 35% das pessoas com comorbidades imunizadas têm hipertensão – são 9.397 ao todo. Em segundo lugar estão os pacientes com diabetes, composto, até o momento, por 7.568 pessoas, o que representa 28% do total de vacinados com comorbidades.
Confira a quantidade de vacinados com primeira dose por tipos de comorbidade:
Hipertensão e diabetes
O empresário Hugo Marquez Grama, de 57 anos, recebeu a primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca no último dia 6. Ele é portador de hipertensão e diabetes, e também é obeso. Por ser do grupo de risco, ele conta que está mantendo o isolamento em casa desde o início da pandemia, em março do ano passado.
“Estou há 14 meses dentro de casa. Logo que começou a pandemia, comecei com o teletrabalho e minha esposa e meu filho também ficaram dentro de casa”, relata. “Quando chegou a vez do agendamento para comorbidades, eu passei a madrugada esperando. Começou 12h e, quando deu 12h01, eu já estava fazendo o meu”, diz.
Segundo Hugo, ele tem hipertensão há mais de 20 anos e desde que foi diagnosticado usa medicamentos para controlar a doença. “Em 2014 veio a diabetes. Depois que parei de fumar eu engordei 35 kg e fiquei diabético em função do peso. Mas faço exames anualmente, acompanho tudo com médicos”, acrescenta.
Agora, o empresário celebra o alívio da tão esperada vacinação. “Primeiro, estou mais protegido, porque eu sabia que se eu pegasse Covid eu teria muitas complicações. Agora, sei que se eu pegar terei uma forma mais branda da doença”, comenta.
“Eu me sinto mais tranquilo para me reaproximar, em breve, de pessoas da família que eu não vejo há um ano, como a minha mãe. E posso permitir que meu filho possa voltar a ter uma vida mais tranquila, porque ele estava muito preocupado com o pai e a mãe. Como eu tomo a segunda dose no final de julho, já poderemos deixar que ele volte para a aula presencial no segundo semestre”, comemora Hugo.
Outros dados
O informe divulgado pela SES-DF também aponta outros dados da imunização contra o novo coronavírus na capital. Segundo o documento, das primeiras doses, 59,7% foram administradas em pessoas do sexo feminino. Já em relação às segundas doses, a proporção foi de 61,6% para o grupo feminino e 38,4% para o masculino.
Além disso, o documento mostra que foram aplicadas 100.943 doses em pessoas com endereço cadastrado fora do Distrito Federal. O quantitativo de primeiras doses registradas nesses indivíduos é de 63.836 (13,4%). Destaca-se o Goiás, com 30.139 (6,3%) indivíduos e Minas Gerais, com 7.476 (1,6%). Levando em conta as segundas doses, 37.107 (14,6%) foram administradas em pessoas de outros estados, principalmente o Goiás (6,9%).
Laudos para comorbidades
Após reclamação de brasilienses sobre dificuldades para vacinar devido à falta de padronização no laudo médico, a Secretaria de Saúde enviou à Coluna Grande Angular a lista de identificação de doenças por código, a chamada Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados (CID).
Na terça-feira (18/5), pessoas com comorbidades dentro do grupo vigente para imunização contra Covid-19 acabaram voltando para casa sem a vacina em função de divergências sobre o laudo. Médicos da rede pública e da rede particular afirmaram não ter recebido qualquer instrução sobre como elaborar o documento exigido no momento da imunização.
Após publicação da reportagem do Metrópoles sobre o tema, a pasta divulgou um link com definições e peculiaridades das doenças. Os dados estão também em um link da Subsecretaria de Vigilância à Saúde. Confira: