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No DF, 214 motoristas de apps sofreram sequestro relâmpago em 4 anos

Foram 6 latrocínios consumados e 38 tentados durante o período. Categoria vem pedindo maior atenção do GDF para a segurança nas corridas

atualizado

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Motorista de aplicativo
1 de 1 Motorista de aplicativo - Foto: Reprodução

Quatro motoristas de aplicativo são vítimas de roubo com restrição de liberdade por mês no Distrito Federal. Um levantamento feito pela Polícia Civil (PCDF), a pedido do sindicato da categoria (Sindmaap), aponta que um total de 214 crimes dessa natureza – mais conhecidos como sequestros-relâmpago – foram registrados desde 2017 até meados de abril deste ano.

O estudo também inclui o número de latrocínios. Ao todo, no mesmo período, seis roubos seguidos de morte vitimaram motoristas de aplicativos no DF. Foram registrados ainda mais 36 casos de tentativa de latrocínio contra profissionais da área.

Para o presidente do Sindicato dos Motoristas Autônomos de Transporte Privado Individual por Aplicativos no DF (Sindmaap), Marcelo Rodrigues Chaves, o alto número de ocorrência graves é reflexo da não-implantação de reivindicações antigas da categoria. “O reconhecimento facial para passageiros, por exemplo, é algo primordial. Foi colocado na lei aprovada em 2020, mas está lá como opcional. Precisa ser obrigatório, igual funciona para motoristas”, explica.

Outra necessidade considerada urgente pela categoria, que também está prevista na lei em vigor desde o ano passado, é a implementação de uma central de monitoramento das viagens. “Lá mesmo no sindicato a gente tem isso com os filiados. Tenho uma TV no meu escritório que vai acompanhando. Estamos lutando para que isso ocorra com todas as corridas aqui no DF”, comenta Marcelo.

Confira os números:

As estatísticas apontam que houve uma redução dos crimes registrados em 2020, em comparação com 2019, mas o presidente do  do Sindmaap afirma que isso se deve à pandemia da Covid-19. “Eram menos passageiros e motoristas nas ruas. Com menos movimento, esses casos caem também.”

Para Marcelo, havendo um maior acompanhamento do Poder Público, a tendência é que latrocínios e roubos com restrição de liberdade tenham um ponto final. “Eu acho que seria bom só se não tivéssemos nenhum caso. Não era para estar assim se mais atitudes fossem tomadas [pela segurança dos profissionais]”, argumenta.

Segurança Pública do DF diz estar atenta

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) afirma que são realizadas reuniões constantes com representantes das empresas de aplicativos e das categorias profissionais “com o objetivo de discutir soluções para reduzir a vulnerabilidade dos profissionais e passageiros, e melhorar a segurança de quem utiliza esse serviço”.

Dentre as medidas tratadas nos encontros, a SSP destaca a opção de restrição aos pagamentos em dinheiro e a possibilidade de pré-visualização do destino por parte do operador. Além disso, a pasta afirma ter fortalecido os canais de comunicação junto às empresas.

Outro ponto que a secretaria destaca é a realização de blitze pela Polícia Militar (PMDF) em lugares estratégicos e não divulgados previamente. “Nessas ocasiões, todas as pessoas presentes nos veículos identificados como de transporte de passageiros com o uso de aplicativos são revistadas para garantir a segurança da categoria e da população”.

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Comitê discute segurança de transportes por aplicativo
Reunião entre Marcelo Chaves, presidente do Sindmaap, e o secretário de segurança do DF, Julio Danilo Souza
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O Sindicato já tem um monitoramento que é realizado com motoristas filiados

Material cedido ao Metrópoles
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Comitê discute segurança de transportes por aplicativo

Felipe Menezes/Metrópoles
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Reunião entre Marcelo Chaves, presidente do Sindmaap, e o secretário de segurança do DF, Julio Danilo Souza

O que dizem os aplicativos

Procurada, a 99 informou estar aberta “ao diálogo com motoristas parceiros e Poder Público para construir soluções benéficas e que aprimorem a segurança da plataforma”.

Segundo a nota, é feito um investimentos contínuo para a proteção de motoristas antes, durante e depois das corridas, com sistemas preventivos, ferramentas de proteção e atendimento imediato. “No ano passado, a empresa investiu de R$35 milhões para oferecer, cada vez mais, segurança aos motoristas parceiros e, com isso, reduziu em 29% as ocorrências graves, como roubos e sequestros, por milhão de corridas, em todo o país”.

Já a Uber disse que “está sempre avaliando e estudando novas medidas que possam contribuir com a segurança de seus usuários e motoristas parceiros”. Entre as ações citadas pela empresa estão o recurso de checagem de documentos de usuários, a informação ao motorista sobre a opção de pagamento em dinheiro, o impedimento de viagens potencialmente arriscadas e a possibilidade de o prestador de serviço recusar a viagem caso se sinta inseguro.

Há ainda o botão “Recursos de Segurança”, que permite o compartilhamento de localização e o tempo de chegada em tempo real com quem desejarem. Também é possível acionar o recurso de gravação de áudio e relatar um incidente à Uber.

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