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Nascem gêmeos de casal gay do DF que fertilizou óvulo de parente

Marc e Maya, filhos de Roberto Roselló e Gustavo Catunda, vieram ao mundo nessa quarta-feira (23/2): “Nosso maior legado”

atualizado

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Robert Rosselló e Gustavo Catunda
1 de 1 Robert Rosselló e Gustavo Catunda - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Nasceu nesta quarta-feira (23/2) o casal de gêmeos dos engenheiros civis Robert Rosselló, 31 anos, e Gustavo Catunda, 29. Marc e Maya foram gerados por Lorenna Resende, 27, prima de Gustavo, com óvulo doado pela irmã dele, Camila Catunda, 20.

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Casal terá gêmeos
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Robert (à esquerda) e Gustavo (à direita)

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Nas redes sociais, o casal comemorou a chegada dos bebês. “Hoje foi sem dúvidas o dia mais longo e mais emocionante das nossas vidas. O sentimento é impossível de se descrever. Não, nunca sentimos nada que se comparasse ao sentimento que tivemos hoje! Nosso amor de casal, que já era o maior do mundo, agora tomou uma proporção imensurável. O amor de uma família que se formou hoje. Nosso maior legado”, postaram.

 

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O casal ainda fez uma live no hospital mostrando as crianças. Em um dos primeiros momentos dos novos pais com os bebês, Robert e Gustavo dão mamadeira para os filhos. Confira:

Situação inédita

Robert e Gustavo são o primeiro casal do Distrito Federal a realizar fertilização in vitro com óvulo doado por uma parente após nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada em junho de 2021. As normas que regulam a utilização das técnicas de reprodução assistida (RA) no Brasil foram atualizadas pelo CFM por meio da Resolução nº 2.294/21, atualizada no Diário Oficial da União (DOU) em 15 de junho do último ano. Ela revoga a Resolução CFM nº 2.168, de 10 de novembro de 2017.

Até então, doadores de gametas ou embriões não poderiam conhecer a identidade dos receptores e vice-versa. Agora, a resolução deste ano prevê que “os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa, exceto na doação para parentesco de até 4º grau, de um dos receptores (primeiro grau – pais/filhos; segundo grau – avós/irmãos; terceiro grau – tios/sobrinhos; quarto grau – primos), desde que não incorra em consanguinidade”.

A partir de agora, também a cedente temporária do útero deve ter ao menos um filho vivo e pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau. Demais casos estão sujeitos a avaliação e autorização do Conselho Regional de Medicina.

Fertilização

Para a fertilização, era necessário que tanto Camila quanto Lorena realizassem exames e procedimentos para a preparação dos organismos das duas. “Tive que fazer uns exames de saúde, fazer a contagem de óvulos para ver quantos tinham e quantos poderiam ser utilizados. Descobrimos que eu tinha 44, e isso é ótimo. Depois, tive que tomar alguns remédios hormonais para estimular os óvulos a crescerem. Tomei primeiro uma injeção e depois tive que tomar uns remédios, umas cápsulas que eram todos os dias, por uma semana. Paralelamente, tomei injeções diariamente, que aplicava em casa mesmo”, narrou a estudante Camila Catunda, irmã de Gustavo, à reportagem no ano passado.

“A cirurgia para retirar os óvulos já foi no centro cirúrgico da clínica. Foram 12 horas sem poder comer nada nem beber água. Mas durou pouco mais de uma hora o processo; depois foi bem tranquilo […] Tiraram alguns óvulos, e desses a gente viu os que estavam ficando maduros, que foram fertilizados”, explicou.

Conforme contou Robert na reportagem realizada em 2021, médicos previam que todo o processo poderia levar até três meses. Com eles, porém, tudo durou apenas 20 dias. “A Lorena usava anticoncepcional e estava há seis anos sem menstruar. Na hora que tirasse, poderia estar com o endométrio muito grosso, tinha que esperar descamar, eram muitas coisas que poderiam demorar. Mas, na hora que tirou, o endométrio estava fininho, pronto só para deixar na espessura certa. A Camila estava bombando óvulos. O ciclo das duas tinha que estar pareado e as duas estavam pareadas. Era para ser”, afirmou.

Após a fertilização, o casal correu com Lorena para fazer exames e tentar confirmar a gravidez. “Foi um turbilhão de emoção e ansiedade. Depois que faz a transferência, tem que esperar nove dias para fazer o exame (de gravidez). Mas a gente comprou vários testes de farmácia para ir fazendo logo”, contou Gustavo.

“Com cinco dias, ela fez um teste e deu positivo. A gente logo foi ao Sabin 24h, para fazer outro exame. Passamos a noite inteira atualizando o site, e em três horas saiu o resultado. Voltamos para a casa da Lorena, abrimos juntos e vimos o positivo. Já mandamos para a médica, todos eufóricos”, completou.

“Eles compraram uma sacola de teste de farmácia. Quando o primeiro deu positivo, a gente já foi fazer o exame de sangue e deu positivo pra caramba”, reforçou Lorena.

Para ela, que à época está grávida de 12 semanas do filho do casal, “é uma emoção única”. “Um sentimento totalmente diferente, de que você se torna capaz de fazer a diferença na vida do outro de uma forma tão marcante. Foi algo que era para ser e não tinha como ser diferente. A gente foi muito agraciado”, celebrou a publicitária.

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Gêmeos já aparecem em exame de imagem

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