“Não vou dar conta de ficar sem meu menino”, desabafa mãe de personal trainer executado
Em missa de corpo presente nesta 6ª, parentes e amigos homenagearam o personal trainer e líder comunitário Alef Vogado, morto com nove tiros
atualizado
Compartilhar notícia
Parentes e amigos do personal traineir Alef Vogado, 29 anos, reuniram-se, na manhã desta sexta-feira (18/8), na Paróquia Senhor Bom Jesus, em Ceilândia, para uma missa de corpo presente em homenagem ao jovem assassinado. Bastante abalada pela perda do filho, Maria Estela precisou ser amparada pela família, na entrada da igreja.
“Meu filho, eu só queria você comigo. Estou devastada. Não vou dar conta de ficar sem meu menino. Por que fizeram isso com ele?”, lamentou a mãe da vítima, desesperada. O jovem foi executado com nove tiros, em frente à porta de casa, na quarta-feira (16/8). O crime ocorreu no Setor O, também em Ceilândia. Ninguém foi preso até o momento.
A missa, que começou às 10h30, reuniu cerca de 3 mil pessoas. Alef era conhecido na região por participar ativamente da vida religiosa na paróquia. Após o fim da homenagem, o caixão com o corpo do personal trainer seguiu para velório no Cemitério de Taguatinga. O enterro está marcado para as 14h30.
Irmão de consideração de Alef, Vinícius Alencar Vilela contou que os dois se conheciam havia mais de 10 anos. O amigo descreveu o jovem assassinado como “alguém do céu”.
“Ele entendeu que não era aqui da Terra. Entendeu que era do céu e que vivia uma eterna despedida. Nunca deixava nada para depois. Fazia no hoje, amava no hoje e perdoava no hoje. Desde que o conheci, surgiu uma irmandade. Coração melhor que o dele não tinha”, disse Vinícius.
Para quem convivia com Alef, o jovem era conhecido como um líder comunitário, uma referência na igreja e uma pessoa sem inimigos.
Desde os 15 anos, o personal trainer desenvolvia projetos e ações sociais para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade no DF. Na igreja, ele atuava como coordenador do grupo Jovens em Cristo e vice-presidente do Instituto Faça o Bem.
O nome, segundo o presidente do instituto, Jonathas Sousa, foi escolhido a dedo por Alef. “Essa era uma frase que ele usava sempre. Inclusive, pintou- na parede de casa: ‘Faça o bem, porque o mundo vai mal’. Assim, trilhamos juntos no caminho social e de incentivo à cultura”, recordou-se.
Para Jonathas, o amigo era a pessoa mais “pacificadora” e “caridosa” que ele conheceu. “Quando Alef chegava, todo lugar se enchia de luz. Era um cara que gostava de estar com pessoas. Muitos trabalhos que ele fazia eram com pessoas em situação de rua. Perde quem o conhece, mas, também, quem não o conheceu”, desabafou.
Primo do personal trainer, Ibsen Aguiar comentou que ainda está perdido.
“A gente está perdido ainda. O Alef não tinha guerra com ninguém. Nunca se envolveu com criminalidade. Pelo contrário, ele sempre foi uma pessoa considerada referência, tanto na igreja quanto no trabalho. E, na comunidade, era um dos líderes comunitários que ajudava as pessoas, inclusive recolhendo cesta básica para apoiar quem precisasse”, afirmou o administrador e funcionário público Ibsen Aguiar, 30, primo do personal.
Imagens das câmera de segurança de uma casa do bairro onde ocorreu o crime registraram o momento em que os suspeitos de executar Alef fogem em um Fiat Uno vermelho, instantes após o crime.
Veja o momento da fuga:
Testemunhas relataram que Alef estava em casa, quando alguém o chamou no portão. A esposa e o filho do jovem não estavam no local nesse momento. Após uma conversa de aproximadamente 10 minutos, atiraram diversas vezes contra o personal trainer.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) detalhou que a vítima foi baleada na cabeça, no rosto, no tórax e nas pernas. A Polícia Civil (PCDF) investiga o caso, por meio da 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia).