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“Não tiveram misericórdia da criança”, diz irmã de Shirlene em enterro

Mãe e filha mortas no Sol Nascente foram enterradas neste sábado, no cemitério de Taguatinga. Até o momento, ninguém foi preso pelo crime

atualizado

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Enterro de Shirlene e Tauane, mãe e filha mortas no DFno DF
1 de 1 Enterro de Shirlene e Tauane, mãe e filha mortas no DFno DF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Os corpos de Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, 14, foram enterrados na tarde deste sábado (25/12), cinco dias após terem sido encontrados em um córrego no Sol Nascente. Mãe e filha foram mortas a facadas, depois de saírem para aproveitar um dia em família, na cachoeira próxima à casa onde moravam, naquela região. No Cemitério de Taguatinga, amigos e familiares, inconsoláveis, despediram-se das duas. Com cartazes, pediam “justiça na Terra, porque a do céu não falhará”.

Corpos de mãe e filha estavam escondidos há, no mínimo, uma semana

Não houve velório, devido ao avançado estado de decomposição em que os corpos foram encontrados. Após uma oração, familiares e amigos enterraram as duas vítimas no dia de Natal. Segundo a cabelereira Shirlei Vieira da Silva, 39, irmã de Shirlene, a despedida foi marcada por angústia e revolta.

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Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento
Enterro foi marcado por tristeza e revolta
Amigos e familiares se despediram das duas na tarde deste sábado
Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento
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Mãe e filha foram mortas a facadas

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Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento

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Enterro foi marcado por tristeza e revolta

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Amigos e familiares se despediram das duas na tarde deste sábado

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Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento

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“O sentimento é de muita dor, de muito desespero, pela forma como tudo aconteceu e pela forma como elas serão enterradas. A gente não pôde nem ver os rostos delas”, afirmou a cabelereira. Shirlei também pretende cobrar mais celeridade nas investigações da polícia. “Eu quero saber quem foi. Quero que tudo seja descoberto”, reforçou.

A família tinha esperança de encontrar as duas vivas. “Essa pessoa não teve misericórdia nem de uma criança. Elas nunca fizeram mal a ninguém. Quero justiça. Desde o começo, pedi para procurarem, mas vieram com a história de que elas fugiram. Queremos justiça”, cravou.

“Minha sobrinha tinha tantos planos, de viajar e conhecer outros lugares. Minha irmã estava grávida. Ia descobrir o sexo do neném. Elas queriam viver a vida delas. E isso tirado, ceifado, de uma hora para outra. É um sentimento de muita revolta”, declarou.

Com os olhos marejados de lágrimas, o pintor Antônio Wagner Batista da Silva, 41, despediu-se da esposa, grávida de quatro meses, e da filha adolescente. “Que vão em paz. Que Deus guarde elas”, disse. O viúvo agora pretende cobrar da PCDF celeridade na elucidação do crime. “Por enquanto, eles dizem que está em sigilo”, comentou.

“Minha esposa era carinhosa. Minha filha era exemplar e também era muito carinhosa. Eram tudo para mim. Quero crer que elas estão em um lugar melhor, no seio do Senhor”, desabafou. Segundo Antônio, a adolescente tinha o sonho de estudar medicina veterinária. “O futuro dela era fazer a faculdade”, revelou.

Investigação

A Polícia Civil do Distrito Federal continua a investigação para descobrir quem matou Shirlene e Tauane. O desaparecimento das duas foi notificado em 9 de dezembro. Familiares das vítimas viveram 11 dias de angústia, até que os corpos foram encontrados parcialmente enterrados e cobertos por folhas, no Córrego da Coruja.

O Instituto Médico-Legal (IML) vai analisar se, nas unhas e nas roupas das vítimas, há vestígios de DNA de terceiro, para auxiliar na identificação do autor do crime bárbaro. Por enquanto, a PCDF descarta crime sexual, uma vez que as duas estavam vestidas.

“O laudo sai em 10 dias. Por enquanto, a única constatação é que a causa morte foi por objeto perfurocortante, facada. A mãe [levou a facada] na região torácica e a filha, no pescoço”, revelou Gustavo Augusto da Silva Araújo, delegado-chefe adjunto da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte – Ceilândia).

Os agentes trabalham com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). A principal evidência é que a mochila com os pertences que as duas levavam para o córrego não foi encontrada.

Outra evidência importante para os policiais é uma camiseta cinza que foi encontrada perto de onde os corpos estavam e que não pertence a nenhuma das vítimas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF.

Hipóteses descartadas

Desde que Shirlene e Tauane desapareceram, a principal linha de investigação dos agentes da polícia era que as duas teriam sido levadas por uma tromba-d’água, já que estavam passeando perto de um córrego. Após alguns dias de investigação, esta hipótese foi descartada.

Em seguida, a PCDF começou a trabalhar com a possibilidade da fuga das duas mulheres. A partir daí, os policiais passaram a buscar imagens de câmeras de segurança que mostrassem Shirlene e Tauane pegando um ônibus ou andando na região no dia do desaparecimento.

No sábado (18/12), os investigadores conseguiram, pela primeira vez, ouvir uma testemunha que disse ter visto as duas descendo para o córrego. “Coletando imagens de segurança nos arredores, encontramos, pela primeira vez, uma testemunha ocular que as viu descendo para o córrego. A testemunha foi bastante incisiva e clara: ela viu as duas descendo por volta das 16 horas, o que batia com nossas informações”, contou Vander Braga.

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 Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro, após saírem para tomar banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses
A última pessoa a ter contato com as duas foi Lucas, 12 anos, filho caçula da mulher
Assim que seu pai, Antônio Batista, chegou do trabalho, o menino o alertou sobre o sumiço das familiares. Segundo o relato do jovem, a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva e biscoito, e saiu com a irmã dele para o córrego, mas as duas não retornaram
Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia
No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas
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Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro, após saírem para tomar banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses

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A última pessoa a ter contato com as duas foi Lucas, 12 anos, filho caçula da mulher

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Assim que seu pai, Antônio Batista, chegou do trabalho, o menino o alertou sobre o sumiço das familiares. Segundo o relato do jovem, a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva e biscoito, e saiu com a irmã dele para o córrego, mas as duas não retornaram

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Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia

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No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas

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O quarto dia de buscas foi marcado pela informação de que Shirlene e a filha estariam em uma igreja em Samambaia, o que chegou a interromper a procura. Como a informação não se confirmou, as buscas foram retomadas

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Devido ao clima chuvoso e ao difícil acesso ao local, as buscas precisaram ser interrompidas por diversas vezes

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Em 14 de dezembro, sexto dia de busca, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu nova linha de investigação e passou a trabalhar com a hipótese de as duas terem fugido para o Piauí, terra natal de Shirlene

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Após oito dias e sem qualquer pista sobre o paradeiro de mãe e filha, os bombeiros encerraram a procura e as investigações ficaram apenas com a Polícia Civil do DF

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Em 18 de dezembro, no entanto, uma testemunha ocular informou à polícia que viu Shirlene e a filha descendo para o córrego. Com isso, as buscas foram retomadas

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Em 20 de dezembro, 11 dias após o desaparecimento, a PCDF encontrou os corpos das vítimas, cobertos por folhas, às margens do córrego

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A região onde os corpos foram encontrados é a mesma onde Cleonice Marques de Andrade, uma das vítimas de Lázaro Barbosa, foi morta pelo maníaco que aterrorizou o DF e o Entorno, em junho

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À época, a PCDF cogitou a possibilidade de que Shirlene e a filha poderiam ter sido vítimas de latrocínio, já que a mochila que elas levavam não foi encontrada

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Perto dos corpos das vítimas foi encontrada uma camiseta cinza que não pertencia a elas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF

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De acordo com a polícia, os cadáveres estavam em avançado estado de decomposição. A corporação realizou perícia nos corpos e na área

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