“Não tinha guerra com ninguém”, diz primo sobre personal morto no DF
Alef Vogado foi assassinado com 9 tiros na porta de casa, em Ceilândia. Polícia ainda busca por assassinos e investiga a motivação do crime
atualizado
Compartilhar notícia
Líder comunitário, referência na igreja e sem inimigos. É dessa forma que familiares descrevem o personal trainer Alef Vogado, brutalmente assassinado aos 29 anos, na noite desta quarta-feira (16/8). O crime ocorreu em frente à casa da vítima, próximo a um parque, na QNO 6, no Setor O, Ceilândia. Incrédulos com tamanha violência – Alef foi morto com, ao menos, 9 tiros – os parentes do rapaz, agora, pedem por justiça.
“A gente está perdido ainda. O Alef não tinha guerra com ninguém. Nunca se envolveu com criminalidade. Pelo contrário, ele sempre foi uma pessoa referência, tanto na igreja quanto no trabalho. E na comunidade, era um dos líderes comunitários, que ajudava as pessoas, inclusive, recolhendo cesta básica para apoiar quem precisasse”, afirmou o administrador e funcionário público, Ibsen Aguiar, 30, primo do personal.
Segundo Ibsen, a família não tem sequer suspeita do que poderia ter motivado o crime. “A princípio, ninguém teria uma relação de inimizade com ele”, ressaltou. O administrador conversava com o primo todos os dias e não percebeu qualquer alteração no comportamento de Alef ultimamente.
“Ele era jovem, tinha 29 anos, trabalhava como personal trainer. Estava nessa luta. Sempre foi empreendedor e buscava formas de melhorar a questão familiar”, contou o primo. Torcedor do Flamengo, Alef sempre quis se aprimorar profissionalmente, para ascender na carreira de profissional da educação física.
O crime
Segundo relatos de testemunhas, Alef estava em casa, quando alguém o chamou no portão. A esposa e o filho não estavam na residência na hora. Houve, então, uma conversa de aproximadamente 10 minutos. Na sequência, vários disparos foram efetuados contra o personal. Os atiradores fugiram em um Fiat Uno vermelho.
De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o homem foi baleado na cabeça, no rosto, no tórax e nas pernas.
Ibsen afirma que a família não quer alimentar um “ciclo de ódio”, mas cobra Justiça por parte das autoridades, até porque, até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso. A mãe de Alef chorava copiosamente em frente à casa da família, sem condições de dar entrevista.
“Quem fez isso vai pagar na Justiça e pela lei do Universo”, resumiu o primo. A maior preocupação, agora, é com o filho do rapaz. “A partir deste momento, vamos abraçá-lo como filho também”, completou. “Vamos deixar o legado de Alef para o filho. Vamos mostrar quem foi o pai dele: uma pessoa admirada e querida por todos. Que, de fato, de forma bem trágica e bárbara, perdeu a vida, em uma covardia”, concluiu Ibsen.
Comoção nas redes sociais
Nas redes sociais, dezenas de amigos de Alef manifestaram pesar pela morte brutal do rapaz. “Um dois maiores exemplos de ser humano que já vi em toda a minha vida. A quantidade de pessoas que ele já ajudou lotaria um estádio facilmente. Ele mobilizava todos pra fazermos ações com os irmãos de rua do DF. Era comum chegar mensagem dele arrecadando comida para distribuir para as famílias que pouco tinha. O Alef deixou um grande legado aqui, só tenho a agradecer pelo grande ser humano que ele foi”, disse um amigo, no Instagram.
“Todos que conheciam o Alef tinham a certeza de como ele era família, trabalhador. Que tristeza”, disse outra pessoa.
“Meu Deus, conheço a esposa dele… sempre via postagens deles na igreja e fazendo ações sociais. Meus sentimentos à família”, disse uma colega da família.
“Esse cara foi especial pro mundo, mudou muitas vidas. Com certeza essa será uma das minhas primeiras perguntas pra Deus.. ‘Por que desse jeito e com ele'”, escreveu outro.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso, por meio da 24ª DP (Ceilândia).