metropoles.com

“Não se calem”, posta PM que beijou namorado em formatura no DF

Policiais militares estão proibidos de dar entrevista sobre o episódio, por determinação do comando da corporação

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Instagram
foto49
1 de 1 foto49 - Foto: Reprodução/Instagram

O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) alvo de ataques homofóbicos por colegas de farda – incluindo oficiais – postou, em sua rede social, matérias jornalísticas que repercutiram a imagem na qual ele aparece beijando o namorado. No registro, ele está ao lado de outro casal, no qual uma policial também beija a companheira. “Mesmo que eu esteja ‘calado’, não se calem”, escreveu o militar em sua conta no Instagram.

A postagem é uma referência à proibição de que qualquer policial conceda entrevistas sobre o episódio, definida pelo comando da PMDF. A corporação se manifestou alegando que “as críticas divulgadas em redes sociais são opiniões pessoais e não condizem com o ponto de vista do comando da corporação. Com o objetivo de evitar maiores exposições e controvérsias, nenhum integrante da PMDF está autorizado a conceder entrevista sobre o assunto”.

Reprodução/Instagram

O gesto de carinho entre os casais, registrado em foto durante a formatura de praças, ganhou as redes sociais no último fim de semana e foi alvo de comentários maldosos e críticas por parte de outros policiais e do deputado distrital Hermeto (MDB).

Um áudio atribuído a um coronel da corporação escancara críticas aos policiais que beijaram os companheiros do mesmo sexo trajando as fardas da corporação. “A porção terminal do intestino é deles e eles fazem o que quiserem”, ofendeu o militar.

Em um grupo de WhatsApp, Hermeto enviou, no domingo (12/01/2020), outras críticas: “Minha corporação está se acabando. Meu Deus!!! São formandos de hoje. Na minha época, era expulso por pederastia”.

O parlamentar também disse, em outro grupo, que respeita a “preferência” de cada um, mas não concorda que policial fardado tenha esse comportamento.

Investigação

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) vai abrir uma investigação para apurar as declarações, consideradas homofóbicas, por meio do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação. Segundo o órgão, será instaurado procedimento para apurar e adotar das medidas cabíveis.

Em nota, o MPDFT disse que “atua de forma preventiva e repressiva nos atos de preconceito, reafirmando a incompatibilidade das práticas homotransfóbicas com o ordenamento constitucional brasileiro”.

“A homotransfobia representa uma forma contemporânea de racismo. Portanto, apurada a autoria de condutas que importam em atos de segregação que inferiorizam membros integrantes do grupo LGBT, o autor pode ser processado nos diversos tipos penais definidos na lei de racismo e no Código Penal”, disse o ministério, também em nota.

A qualquer pessoa LGBT que se sinta alvo de homofobia, a promotoria de Justiça recomenda que o MPDFT seja procurado, na Ouvidoria ou no próprio Núcleo de Enfrentamento à Discriminação. Outra opção é registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?