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“Não pode ficar impune”, diz pai de jovem assassinada em Sobradinho 2

Familiares e amigos acompanham o velório de Tatiele da Cruz Ferreira, 25 anos, no cemitério da cidade. Ninguém foi preso pelo crime

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Tatiele Cruz, vítima de feminicídio no DF
1 de 1 Tatiele Cruz, vítima de feminicídio no DF - Foto: Reprodução/Facebook

Familiares e amigos de Tatiele da Cruz Ferreira, 25 anos, estão reunidos, na manhã desta terça-feira (26/4), no Cemitério Campo de Esperança de Sobradinho 2, para se despedirem da jovem assassinada a tiros na manhã do último sábado (24/4), em frente ao Restaurante Comunitário da cidade.

Pouco antes das 9h, começaram as primeiras movimentações no local. O sepultamento ocorreu às 11h20, quando o corpo de Tatiele, conforme o desejo dela, seguiu para ser enterrado ao lado da primeira filha que ela teve, e que morreu com 1 mês e meio.

Muitas pessoas usavam camisetas brancas com uma foto de Tatiele e a frase: “Não deixarei a violência acabar com as lembranças que tenho de você”. Alguns também seguravam balões brancos.

Veja imagens do sepultamento:

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Velório de Tatiele da Cruz Ferreira, jovem assassinada em Sobradinho 2
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“A perda de um filho é péssimo. Está sendo muito triste e vai permanecer por um tempo ainda. Não desejo isso para ninguém”, afirmou Cícero Ferreira Paz, 56 anos, pai de Tatiele.

No momento do assassinato, Cícero, que atua como cabelereiro na região, estava trabalhando. “Tive de correr para lá. Desde quando nasceu, ela marca a minha vida. É uma sensação de perda muito ruim. Mas não me sinto culpado”, disse.

Tatiele esteve sob os cuidados do pai desde os 4 anos, quando passou a criá-la com a ajuda da companheira. “Cuidei dela direitinho, me sinto um pai exemplar”, explicou. “Não quero vingança, quero justiça. A pessoa que fez isso tem de pagar. Um sonho foi interrompido. Não pode ficar impune, todos querem justiça”, ressaltou Cícero.

A vítima deixa aos cuidados da irmã quatro filhos, de 1, 3, 5 e 6 anos. Segundo os familiares, há cerca de um ano, a jovem vivia em casas de amigos, pois recebia ameaças de morte e não queria colocar a família em risco. O autor do crime segue foragido.

Tatiane Ferreira, 27, irmã mais velha da vítima, lembra dos últimos momentos com ela. “Foi um baque muito grande, a gente não esperava. Ela tinha ido lá em casa ver os filhos”, relembra. “Quando recebemos a notícia, não acreditamos na crueldade que fizeram com ela”, lamentou.

“A família está destruída, tiraram o nosso chão. Quero justiça, não vingança. Tiraram a mãe de quatro crianças”, acrescentou.

Tatiane destacou que a irmã sempre se mostrou carinhosa. “Ela que costumava organizar as festas de fim de ano. Ela gostava de abraçar, beijar a gente à força e dizia: “Aproveita, pois uma hora não vou estar mais aqui. Ela tem muitos amigos”, revelou a irmã. “Os filhos dela são nossa vida agora. Cada um deles lembra o jeito dela, no andar, no sorriso”, contou Tatiane.

Por volta das 11h20, os participantes da cerimônia iniciaram o último adeus. Após despedidas e salva de palmas, o cortejo seguiu para onde Tatiele foi sepultada. “O desejo dela era ser enterrada com a filha. Estamos com a mente tranquila, pois conseguimos”, falou a irmã.

O crime

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso por meio da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2), inicialmente, como homicídio.

A jovem vestia uma camiseta preta, short jeans e sandálias no momento do assassinato. O corpo foi encontrado pela polícia caído no chão, de bruços. Ao lado, havia uma bolsa preta, com óculos e maquiagem. Os objetos foram devolvidos ao pai da vítima. Não havia documentos nem celular.

Segundo a PCDF, a vítima foi atingida por, pelo menos, três disparos de arma de fogo, sendo um na cabeça, um no pescoço e outro no ombro. O laudo pericial ainda vai confirmar a quantidade de disparos.

Embaixo do corpo, a polícia encontrou fragmentos metálicos de munição de arma de fogo, que serão avaliados pela perícia. Próximo ao local do crime, há uma câmera de segurança, que terá as imagens analisadas pelos investigadores.

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