“Não imaginávamos que acabaria assim”, diz irmã de vítima de feminicídio
Mirian Alves Nunes foi morta pelo companheiro, André Muniz, na 2ª feira. Feminicídio ocorreu na frente de uma das três filhas da vítima
atualizado
Compartilhar notícia
Em clima de comoção, familiares e amigos de Mirian Alves Nunes, 26 anos, reuniram-se, na manhã desta quinta-feira (5/1), para dar o último adeus à jovem. A cabeleireira foi assassinada na segunda-feira (2/1), enforcada pelo marido, André Muniz, 52, dentro de casa, em Ceilândia.
Mirian deixou duas filhas, de 8 e 6 anos, além de uma recém-nascida de 1 mês, fruto do relacionamento com André e que presenciou o feminicídio.
Irmã de Mirian, Márcia Alves dos Santos, 31, contou ao Metrópoles que a cabeleireira não entrava em contato com a família havia alguns meses.
“Ela saiu de casa muito jovem, para viver a vida que ela escolheu. Não imaginávamos que acabaria assim, com tanta violência. Queremos que o assassino pague pelo que fez”, cobra Márcia.
As duas filhas mais novas da vítima estão sob cuidados da família materna. A mais velha ficou com os parentes de André Muniz.
“Eu gostaria muito de pedir ajuda para as filhas da minha irmã, pois uma delas está sem nada de roupas, porque ficou na casa do assassino, e não podemos ir buscar”, relata Márcia.
Assassino preso
André Muniz se entregou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nessa quarta-feira (4/1).
O casal estava junto havia quase um ano, e Mirian tinha denunciado o companheiro por outras agressões.
Em novembro de 2022, ele chegou a cortar os cabelos da vítima, após uma discussão motivada por ciúmes. Durante a gravidez, André violentou Mirian sexualmente, depois de ela dizer que iria embora de casa.
A vítima registrou boletim de ocorrência e ficou em uma Casa Abrigo, mas saiu para dar à luz a filha e reatou o relacionamento com André. No dia do assassinato, o criminoso usou um cinto para enforcar a vítima.