Festinha em ofurô: “Não houve ato libidinoso”, diz ex-aluno da Unique
Sete alunos da Academia Unique na 906 Sul tiveram contratos rescindidos via WhatsApp após terem se reunido em banheira da academia
atualizado
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Um dos alunos expulso de uma academia de ginástica na 906 Sul, depois de se reunir com outras oito pessoas em uma banheira no estabelecimento, nega que a reunião no ofurô tenha quebrado regras de conduta do espaço. “Não houve qualquer ato libidinoso ou algo nesse sentido. Fizemos nada que fugisse dos padrões”, contou ao Metrópoles o entrevistado, que pediu para não ter o nome divulgado.
Sete pessoas envolvidas no caso – seis homens e uma mulher (foto em destaque) – tiveram o contrato com a academia rescindido nessa quinta-feira (11/7). Elas acusam o estabelecimento de tomar a decisão sem motivo razoável e acreditam que haja homofobia relacionada à medida.
Um dos expulsos, que explicou o ocorrido à reportagem, contou que estava com os amigos no ofurô da Academia Unique da 906 Sul, no último dia 7, e que, na ocasião, um funcionário teria pedido que eles deixassem a banheira, o que, segundo o ex-aluno, foi prontamente atendido. Contudo, na última semana, sete receberam, via WhatsApp, um comunicado de desligamento, por decisão unilateral.
Os outros dois, indignados com a situação, pediram rescisão do contrato antes de receberem eventual notificação de expulsão. Na mensagem, enviada individualmente a cada uma das pessoas, uma funcionária da academia informou, em nome da empresa, que o desligamento se deu por “violação de regras, conforme previsto em cláusula contratual”.
A norma supostamente infringida seria a “prática de qualquer conduta ofensiva, ilegal ou que, de alguma maneira, cause perturbação ao ambiente”. “Entendo que [a expulsão] foi um ato nada razoável. Se isso não é homofobia, eu não sei o que é. O que há de mais no fato de terem nove pessoas na banheira?”, questionou o ex-aluno.
O entrevistado argumentou a fala com base no fato de que seis pessoas do grupo se identificam como LGBTQIAP+. Para ele, além da homofobia, houve mais uma motivação envolvida: “Também vejo gordofobia nesse caso. Nós somos quem somos e, talvez, isso incomode, por não nos encaixarmos em padrões”.
Após o comunicado da academia, os clientes procuraram a diretoria do estabelecimento para cobrar explicações, mas não conseguiram resposta. Eles ainda criticaram, entre outros pontos, a falta de um comunicado na área do ofurô, com regras para que soubessem quais normas deveriam ser respeitadas no local.
“Premissas da Igreja Católica”
Na semana passada, antes de serem expulsos, alguns alunos haviam procurado gerentes da academia para expor um descontentamento quanto à falta de representatividade por parte da empresa. Na visão deles, o espaço não é acolhedor para pessoas LGBTQIAP+.
“Eles [os alunos] questionaram, por exemplo, por que a academia não se manifestou no Dia do Orgulho LGBT+, em 28 de junho. Os donos responderam com a pergunta: ‘Eu vou fazer o Dia do Orgulho Hétero também?’. Disseram, ainda, que a orientação de comunicação deles segue as premissas da Igreja Católica e que não fariam uma postagem só para provar que éramos bem-vindos ali”, detalhou o entrevistado.
Após o comunicado oficial enviado via WhatsApp, a academia alegou pessoalmente a alguns dos clientes expulsos que a banheira na qual os nove estavam só suportava três pessoas e tinha limite de peso. Por terem quebrado o contrato, o estabelecimento ressarciu os valores necessários a cada aluno. A reportagem procurou a empresa e aguarda posicionamento.