“Não esperavam que fosse um policial”, diz delegado sobre morte de PM
Investigação resultou na prisão dos acusados de matar o PM Walisson Holanda, em novembro. Todos são envolvidos em roubo, furto e receptação
atualizado
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Com o fim da Operação Conclusioni, a investigação comandada pelo delegado Thiago Peralva, da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), identificou os quatro acusados de terem assassinado o policial militar Walisson Holanda, em novembro.
De acordo com Thiago, todos têm passagem pela polícia por roubo, furto ou receptação. As apurações constataram, ainda, que o grupo teria agido de forma semelhante em outras situações, como no caso do roubo de um veículo em Águas Claras em que a vítima reconheceu o carro usado pelos criminosos. “Apenas não esperavam que, dessa vez, a vítima fosse um policial”, ressaltou Peralva.
Com 27 anos, o suspeito de matar o soldado Holanda também é acusado de outro homicídio cometido neste ano. “Inclusive, cumprimos contra ele outro mandado de prisão temporária, expedido hoje em razão desse homicídio”, destacou o delegado. Esse crime aconteceu em Ceilândia, mesma região administrativa onde moram todos os membros do grupo.
Inicialmente, a corporação imaginava que três suspeitos teriam participado do latrocínio (roubo com morte) praticado contra o PM. “Testemunhas disseram que os autores que saíram do carro retornaram ao veículo pela porta traseira, o que nos levou a acreditar que os assentos dianteiros estavam ocupados”, detalhou Thiago. Dessa forma, agentes encontraram as digitais do quarto membro da organização, que não teria sido preso no dia do crime, quando os acusados foram procurar atendimento hospitalar na cidade de Águas Lindas (GO).
“Durante a oitiva, o acusado não respondeu as perguntas, tendo ficado calado a maior parte do tempo”, revelou o delegado. Segundo Peralva, o suspeito foi deixado pelo grupo em outro ponto, antes de o trio se dirigir ao hospital. Nesse momento, ele teria se livrado da arma do crime, ainda não localizada.
Com a apreensão do último envolvido no assassinato no Setor P Sul, todos foram indiciados por latrocínio consumado e associação criminosa armada, por práticas delituosas anteriores. “No cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, localizamos uma quantidade de entorpecentes e dinheiro, sendo autuado, também, no crime de tráfico de drogas”, comentou o delegado.
O crime
O latrocínio aconteceu na casa do militar, na QNP 17, em Ceilândia. Ele foi ferido e levado para o HRC inconsciente e em estado grave, não resistiu e morreu alguns minutos depois de dar entrada na unidade hospitalar.
Lotado no 20º BPM, no Paranoá, o soldado Walisson estava de folga na segunda-feira (16/11). De acordo com informações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), ele e um amigo encontravam-se na garagem da residência quando dois homens chegaram em um Fox branco e anunciaram o assalto.
Walisson reagiu e levou dois tiros, na altura do peito. Ele ainda atingiu um dos assaltantes, mas os ladrões fugiram do local.
O trio de acusados é formado por uma mulher, que estaria dirigindo o veículo, e dois homens. O grupo foi preso horas depois em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF. Um deles estava baleado na perna, provavelmente pelo tiro desferido pelo policial. Os suspeitos foram levados para a 19ª Delegacia de Polícia (Setor P Norte) e autuados por latrocínio. Eles queriam roubar o carro da vítima, que era equipado com aparelho de som.