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Nada mudou: drive-thru do sexo no Parque da Cidade segue a todo vapor

Quatro dias após publicação do Metrópoles, estacionamentos 1 e 2 continuam recebendo homens em busca de sexo ao ar livre

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
sexo no parque da cidade
1 de 1 sexo no parque da cidade - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Quatro dias após o Metrópoles mostrar o funcionamento de um drive-thru do sexo em estacionamentos do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, a movimentação de homens em busca de transas rápidas permanece intensa. A reportagem voltou ao local na terça-feira (30/1), mas, apesar de o GDF garantir ter intensificado as rondas na região, a denúncia do point de sexo ao ar livre não inibiu ou alterou a rotina dos frequentadores.

A pé, de moto ou carro, a agitação nos estacionamentos 1 e 2 é constante. Em poucas horas, foi possível flagrar a circulação de dezenas de veículos e pessoas. Quem chega andando caminha a passos lentos e repete um ritual próximo às árvores: ficar parado à espera de um potencial parceiro. Alguns ousam se masturbar enquanto não surgem interessados, outros se aproximam de carro e fazem abordagens sem nenhum pudor.

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Outro negocia transa com pessoa que estava dentro do carro
Cavalaria montada da PMDF circula pelo estacionamento 1
Motoboy encosta para urinar. Pouco depois, circulou no estacionamento, em busca de um potencial parceiro
Sexo explícito no Parque da Cidade é comum, segundo vigilantes
Dentro do estacionamento 1 do Parque da Cidade, há um posto policial
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Homem se masturba enquanto observa a movimentação de carros e pessoas no estacionamento 2 do Parque da Cidade

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Outro negocia transa com pessoa que estava dentro do carro

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Cavalaria montada da PMDF circula pelo estacionamento 1

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Motoboy encosta para urinar. Pouco depois, circulou no estacionamento, em busca de um potencial parceiro

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Sexo explícito no Parque da Cidade é comum, segundo vigilantes

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Dentro do estacionamento 1 do Parque da Cidade, há um posto policial

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Cenas de homens se masturbando próximo a árvores são comuns

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Distância entre as ciclovias e os estacionamentos onde ocorrem o drive-thru do sexo é pequena

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Funcionários terceirizados do Parque da Cidade confirmam que a situação é antiga e não há orientações específicas por parte da administração para lidar com sexo explícito. “Não recebemos qualquer pedido desde a publicação da reportagem. Isso sempre foi assim e vai continuar. Nós cuidamos mais do patrimônio público. A Polícia Militar é quem fiscaliza esses casos, porque normalmente acontecem nos estacionamentos”, relata um vigilante, sob condição de anonimato.

“Nós já trabalhamos em todos os pontos do Parque da Cidade e sempre vimos ocorrer [o sexo ao ar livre]. Não temos muito o que fazer, e acredito que não há uma preocupação grande com isso”, salienta outro profissional. Um servidor da limpeza acrescenta: “Acontece de tudo aqui. Nos banheiros, não é diferente. Se não respeitam nem as crianças brincando no Castelinho, muito menos aqui!”.

Na manhã de terça, foi possível ver militares da cavalaria montada da PMDF circularem próximo aos estacionamentos 1 e 2. Não houve, porém, qualquer abordagem aos frequentadores. No estacionamento 1, de maior movimentação no período em que a equipe esteve no local, os militares cruzaram o espaço pela ciclovia.

A reportagem esteve na Administração do Parque da Cidade às 11h. O responsável pelo local, Alexandro Ribeiro, não se encontrava. Semanalmente, o segundo maior parque urbano do mundo recebe 50 mil pessoas.

Frequentadores cobram solução
O fato é que as cenas não passam despercebidas. Quem vai ao Parque da Cidade praticar esporte e circula próximo aos estacionamentos 1 e 2 demonstra incômodo, tanto pelos atos sexuais como pela falta de cuidados da administração. “Durante o dia, aqui é seguro. Em relação ao estacionamento, constrange quando você passa pelo local. O pessoal assedia a pé ou nos carros, fica muito perto da ciclovia”, conta o farmacêutico Carlos Magno, 42 anos, quem corria no local.

Magno acredita que coibir o acesso a alguns estacionamentos é uma solução. “Deveriam até colocar pessoas da segurança privada para fechá-los. Ele só serve para isso. Há vários outros que o pessoal usa com o propósito de estacionar, mas não é o caso desse. Aqui, as pessoas só vêm para procurar sexo”, conclui.

Frequentador do Parque da Cidade há três décadas, o advogado Renato Leão, 47 anos, afirma que o problema merece uma atenção maior. “Não é questão de fechar o estacionamento ou proibir o acesso. É fazer uma campanha de conscientização, não só dos perigos relacionados à segurança publica, mas também da questão macro, como a possibilidade de doenças sexualmente transmissíveis”, analisa.

O artigo 233 do Código Penal brasileiro define a prática de obscenidade em lugar público ou exposto ao público como crime cuja pena é detenção de 3 meses a 1 ano, além do pagamento de multa.

GDF promete resposta 
Questionada pela reportagem, a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer informou que a administração do Parque da Cidade irá se reunir nos próximos dias, com as forças de segurança e demais secretarias do Executivo local, para a construção de um plano estratégico para o combate ao uso indevido do local.

“Ressaltamos que a equipe de vigilância patrimonial do Parque aumentou, e o número de rondas no local também foi alinhado, junto à Secretaria da Segurança Pública, à intensificação do monitoramento da área”, informou a pasta, por meio de nota.

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Homens não se importam em manter relações sexuais em plena luz do dia, nos estacionamentos e áreas verdes do Parque da Cidade
O sexo ocorre sem qualquer constrangimento, logo após uma breve conversa
Em meio à vegetação, encontros sexuais são feitos em grande escala, ao logo de todo dia, sem cerimônia ou pagamento
A prática de sexo oral envolvendo as pessoas que circulam de carro pelos estacionamentos é comum entre os frequentadores
Dezenas de veículos circulam pelos estacionamentos, onde homens procuram por sexo rápido e casual
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Homens não se importam em manter relações sexuais em plena luz do dia, nos estacionamentos e áreas verdes do Parque da Cidade

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O sexo ocorre sem qualquer constrangimento, logo após uma breve conversa

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Em meio à vegetação, encontros sexuais são feitos em grande escala, ao logo de todo dia, sem cerimônia ou pagamento

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A prática de sexo oral envolvendo as pessoas que circulam de carro pelos estacionamentos é comum entre os frequentadores

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Dezenas de veículos circulam pelos estacionamentos, onde homens procuram por sexo rápido e casual

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Apenas uma mulher foi vista pela reportagem durante uma das noites no Parque. No entanto, ela não fez sexo

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O sinal para os encontros sexuais é deixar os vidros abaixados e as portas abertas

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Dentro dos veículos, casais também transam sem se preocupar com olhares curiosos

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Homens se insinuam entre as árvores do chamado Jardim do Sussurro

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Sem se conhecerem, os homens conversam brevemente, antes de partir para o sexo

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Sexo anal é feito em plena luz do dia, entre a vegetação das áreas verdes que circulam o Pavilhão de Exposições

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O sexo ocorre durante todo o dia, principalmente nos horários de almoço e final de expediente comercial

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Sexo sem constrangimento à luz do dia

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Homens não se preocupam nem em se esconder dentro dos carros

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Sexo explícito no Parque da Cidade ocorre à luz do dia

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Sob árvores, praticam sexo oral

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Crime e perigo
Em 22 de dezembro, o despachante operacional técnico da Latam Ricardo Pio Rodrigues, 42 anos, foi encontrado morto próximo ao Pavilhão de Exposições. As marcas de violência evidentes reforçam a falta de segurança do local, ponto de encontro para atos sexuais. Nessa terça (30/1), a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) disse ter encerrado o caso e apresentou materialidades que comprovam: o autor do assassinato é o ex-namorado de Ricardo, Frederico Bruno da Silva, 42.

A Polícia Militar do DF, em nota, informa que o policiamento no Parque é feito por equipes em viaturas e motocicletas, além de um posto comunitário de segurança na entrada do estacionamento do Parque Ana Lídia. Em dias e horários de maior incidência criminal, há um reforço no patrulhamento.

Segundo a corporação, pessoas são frequentemente abordadas nesses estacionamentos e, não havendo indícios de crimes, são liberadas.

Além do risco de criminalidade, o sexo casual expõe questão de saúde pública. “Essas lacerações favorecem a penetração de micro-organismos e bactérias. Além disso, a escuridão do local também pode impedir que a pessoa veja as partes íntimas do parceiro, e isso dificulta a identificação de alguma lesão que sugira doenças como o HPV”, explica a infectologista Joana D’arc Gonçalves.

Mesmo sem ter relações sexuais, os frequentadores do Parque da Cidade correm risco de contágio. “O sêmen presente em camisinhas deixadas no local representa grande ameaça de infecção. Alguns vírus, como os de hepatite B e C, sobrevivem na superfície durante muito tempo. Qualquer um que entre em contato está exposto”, conclui a médica.

 

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