Na pandemia, brasilienses deixaram de pagar R$ 180 milhões em contas de luz
Além disso, mais de 2 mil ligações de energia foram desativadas em todo DF. No SCS, aproximadamente mil estão sem uso
atualizado
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A crise econômica detonada pela pandemia do novo coronavírus deixou cerca de 230 mil consumidores inadimplentes com a Companhia Energética de Brasília (CEB). A falta de pagamento abriu, em 2020, um rombo de R$ 180 milhões no caixa da estatal.
O efeito da doença provocado na economia também reduziu o total de consumidores na capital do país. No segundo trimestre de 2019, a empresa contava com 1.083.000 unidades consumidoras. No mesmo período de 2020, o número encolheu para 1.081.000. Ou seja, 2 mil solicitaram a interrupção no fornecimento.
A baixa de clientes é sensível no Setor Comercial Sul (SCS). Pelas contas da CEB Distribuição, a região tem 3.542 ligações. Deste total, 1.020 estão inativas. Ou seja, representam 28.8% da área. São salas fechadas, sem uso.
Segundo o presidente da CEB Holding, Edison Garcia, o efeito do coronavirus foi devastador. “Depois de um esforço brutal, saímos de 2019 com superávit de R$ 40 milhões. Com a pandemia, nosso lucro virou pó”, assinalou.
“A carteira de resultado da inadimplência na pandemia é de um rombo de R$ 180 milhões. Falo das contas que vinham sendo pagas regularmente, mas deixaram de ser a partir de abril”, explicou.
Inicialmente, a inadimplência estimada pela estatal era de R$ 130 milhões. Ou seja, o rombo aumentou em R$ 50 milhões. A CEB suspendeu os cortes de luz na pandemia, mas já retomou os desligamentos.
Privatização
O governador Ibaneis Rocha (MDB) pretende privatizar a CEB Distribuição. Para o governo, nas mãos da iniciativa privada a empresa terá mais recurso para investimentos e agilidade para melhorar a prestação de serviço.
No caso do SCS, o Palácio do Buriti pretende revitalizar o setor, autorizando, inclusive, o uso habitacional de imóveis em 30% da região.