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Na pandemia, 23.796 empresas foram abertas no DF. Saiba como empreender

É o que aponta dados Sebrae-DF. Maioria é pequeno negócio tocado por microempreendedor individual. Idade para começar não é empecilho

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1 de 1 Imagem colorida mostra alguém segurando dinheiro para pagar dívidas Desenrola - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Se a crise econômica deflagrada pela pandemia do coronavírus reduziu renda e levou pessoas ao desemprego, também fez surgir oportunidades. No Distrito Federal, foram abertas mais empresas do que fechadas. Os pequenos negócios são maioria. É o chamado “empreendedorismo por necessidade”.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no DF (Sebrae-DF) aponta um elevado movimento na abertura de negócios na pandemia. Desde março, quando o DF registrou o primeiro caso de Covid-19, até julho, surgiram 23.796 novas empresas. No acumulado do ano, de janeiro a julho, foram abertos 34.458 negócios e fechados 17.663.

“Você teve um grande número de desempregados. As empresas vão fechando ou reduzindo funcionários. Essas pessoas que ficaram desempregadas precisam sobreviver, é o que chamamos de empreendedorismo por necessidade”, revela o diretor-superintendente do Sebrae-DF, Valdir Oliveira. “É uma transição comum neste momento”, avalia.

Segundo ele, a maior parte dos novos negócios é conduzida por microempreendedores individuais. “É uma reação natural da crise, as pessoas buscam o empreendedorismo como uma alternativa, pois sabem que o emprego ficou escasso”, complementa.

“Esse grande número de formalização é muito importante. É uma sinalização de que as pessoas estão buscando no empreendedorismo uma alternativa. Elas não vão mais esperar por um emprego. Esse é um crescimento acima da média, antes, era de 2 mil [novos estabelecimentos] mensalmente”, revela.

Confira os números: 

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Diretor-superintendente do Sebrae-DF, Valdir Oliveira, dá orientações a quem pretende empreender

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É preciso conhecer o mercado

Oliveira acrescenta que o Sebrae-DF recebe grande número número de pessoas na informalidade e que identificam com o empreendedorismo. Elas buscam a formalização, por meio de orientações da entidade.

“Cada negócio foi feito para uma pessoa e cada pessoa foi feita para um negócio. Não é porque o do seu vizinho está dando certo que o seu também irá”, observa o diretor-superintendente. Para que tudo dê certo, a pessoa “tem que se identificar quanto vocação, fazer o que gosta, pois, ao montar um negócio, o dono é quem produz, vende, atende… Vira o famoso ‘faz tudo’. Se ele não tiver uma identidade com aquilo, é impossível gerir o estabelecimento”, esclarece.

Também é fundamental conhecer o mercado onde o novo empreendedor está entrando – fornecedores, clientes, concorrentes e funcionários. “Se não, a pessoa está atirando no escuro. Se você se conhecesse enquanto empreendedor e o mercado em que está se inserindo, tem uma boa possibilidade de sustentabilidade”, destaca Oliveira.

Idade importa?

Para professora de marketing do UniCeub Joana Bicalho, a idade não deve ser um empecilho para a pessoa começar a empreender. “Não importa a idade, o que é bacana é entender a lógica do consumo. Essa lógica pode ser baseada nos ‘4 Ps do Marketing’. Para o empresário se dar bem, ele precisa ter o produto certo, entregando para o público, ao preço certo e com promoção”, aponta.

“Durante a pandemia tivemos algumas mudanças, as pessoas estão consumindo outro tipo de coisas. Não estão correndo para comprar roupas, por exemplo, pois não estão tangibilizando o uso dessas coisas. O tipo de serviço mudou um pouco, as pessoas estão querendo muito delivery”, acrescenta Joana.

De acordo com a especialista, investir em produtos que minimizem o peso de estar em uma pandemia podem inspirar novos negócios. “O produto que eu tenho é necessário neste momento? Talvez o preço possa cair, as pessoas precisam buscar caminhos de vender pelas mídias sociais. É preciso adaptações”, ressalta.

Mídia digital

A forma de comunicar mudou nos últimos anos. As mídias digitais estão entre um dos meios mais consumidos no Brasil, apenas atrás da televisão. “Todos nós temos que entrar no mundo digital e a pandemia está forçando a barra para todos aprenderem isso”, diz.

Segundo a professora de marketing, é nessa hora que pessoas mais velhas enxergam uma barreira para dar o pontapé inicial em seu negócio. “Se eu não estou no mundo digital, eu preciso contratar alguém que esteja. A partir do momento que tenho um produto e sei como ele vai impactar [o mercado], eu preciso de alguém para divulgá-lo”, ensina Joana Bicalho.

“O primeiro conselho é conhecer o que meu consumidor precisa; talvez ele nem saiba que necessite daquilo. Por exemplo, se falar de roupas, as pessoas estão querendo muitos mais um moletom [na pandemia] do que uma roupa para sair”, indica.

Joana assinala que existem vários caminhos para preparar o empreendedor iniciante nesse novo desafio, como participar de cursos gratuitos. “Não é porque eu sou empresária que tenho de conhecer tudo. Existem vários profissionais que cuidam só de marketing digital. A partir de uma informação clara, a pessoa vai conseguir tecer as estratégias”, finaliza.

No site do Sebrae-DF, os interessados conferem dicas de como turbinar seu negócio sem sair de casa, por meio da iniciativa Circuito Empreendedor Digital. Informações pelo WhatsApp 800 570 0800.

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