Youtuber Klebim e comparsas deixam cadeia e usarão tornozeleira
Os quatro alvos da operação precisarão permanecer em casa entre 19h e 6h, e não poderão frequentar bares, boates, festas e nem deixar o DF
atualizado
Compartilhar notícia
A Justiça determinou a soltura do youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, conhecido na internet como Klebim, e de outros três alvos na Operação Huracán, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O quarteto havia sido preso temporariamente no âmbito da operação Huracán, que desmantelou um esquema criminoso envolvendo rifas clandestinas e lavagem de dinheiro, e que rendeu milhões de reais ao influenciador. A decisão foi proferida na sexta-feira (25/3) pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
Apesar de conceder a liberdade aos investigados, o magistrado que analisou o caso determinou a aplicação de uma série de medidas cautelares, além do uso de tornozeleira eletrônica. De acordo com a decisão, Klebim, Pedro Henrique Barroso Neiva, Vinícius Couto Farago e Alex Bruno da Silva Vale foram proibidos de permanecer na rua no horário entre 19h e 6h. Também não podem frequentar bares, boates, distribuidoras de bebidas, locais de espetáculos, festas e qualquer reunião social com mais de 10 pessoas, inclusive nas próprias residências.
Com a sentença, os quatro investigados precisam manter uma distância de 200 metros uns dos outros e não podem estabelecer qualquer tipo de contato, seja por meio de telefone, redes sociais ou aplicativos de conversa instantânea. O quarteto ainda foi proibido de deixar o Distrito Federal.
Veja fotos da operação:
A operação
As apurações da Operação Huracán apontaram que o influenciador digital utiliza seus perfis nas redes sociais para promover e realizar sorteios de veículos de luxo, com sofisticados sistemas de som e customização. Klebim e outros três alvos foram presos temporariamente pelos crimes de lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar.
Apenas no Instagram, Klebim tem cinco perfis: o pessoal, com 1,4 milhão de seguidores; Estilo Dub (1,3 milhão); Guincho Dub (12,5 mil), Dub Shop (119 mil) e Dub House (332 mil). Ele ainda mantém um canal no YouTube com 1,27 milhão de inscritos. Já no TikTok, o número é de 1.207. O total de seguidores em todas as redes alcança a marca de 4,4 milhões.
Veja quem é o influencer Klebim Moraes:
Lavagem de dinheiro
De acordo com as investigações, os sorteios não são autorizados pelos órgãos competentes, e o youtuber não recolhe impostos. Klebim, segundo a polícia, lava o dinheiro dos sorteios com a aquisição de veículos superesportivos, que são registrados em nome de laranjas – incluindo a mãe do influenciador – e empresas de fachada.
Além de Klebim, foram presos, acusados de integrar o esquema criminoso, Pedro Henrique Barroso Neiva, Vinícius Couto Farago e Alex Bruno da Silva Vale. Todos teriam ajudado a movimentar as rifas clandestinas e auxiliado na entrega dos veículos, por isso recebiam comissões em dinheiro pagas pelo influenciador digital.
A DRF identificou que o esquema era altamente lucrativo e apurou que os criminosos movimentaram R$ 20 milhões em apenas dois anos. Para se ter ideia do poder de compra de Klebim, a polícia apreendeu uma Lamborghini Huracán e uma Ferrari 458 Spider. Os superesportivos são avaliados em R$ 3 milhões cada.
Veja carrões do youtuber:
Caminho do dinheiro
A polícia mapeou o caminho dos milhões amealhados com a venda das rifas. Os valores eram pagos por meio de plataformas digitais, como Mercado Pago e PayPal, e caíam diretamente na conta das empresas de fachada.
De acordo com o diretor da DRF, delegado Fernando Cocito, “o conluio criminoso era descarado” e capitaneado por influenciadores digitais que arrastavam milhares de seguidores, com o discurso de legalidade e lucratividade das rifas de veículos.
“Os presos influenciaram dezenas de outros contraventores que, em toda a Região Centro-Oeste do país, passaram a disseminar perfis, canais e sítios eletrônicos de rifas ilegais e a ocultar valores oriundos da contravenção, em prejuízo da ordem econômica e do sistema financeiro”, afirmou.
Rifa clandestina
A rifa clandestina é prática ilegal, de acordo com o Ministério da Economia, órgão responsável por regrar e fiscalizar loterias e jogos de azar no país. Segundo a pasta, ainda que o dinheiro da rifa sirva para bancar projetos de veículos – ou seja, total ou parcialmente direcionado para caridade –, a prática é considerada clandestina e irregular.
A legislação permite sorteios e rifas com venda de cotas apenas para instituições filantrópicas e mediante autorização especial; nesse caso, os sorteios devem ser realizados necessariamente via Loteria Federal. O órgão informa que “a exploração de bingos, loterias e sorteios é atividade ilegal e constitui contravenção penal”, além de consistir em um “serviço público exclusivo da União”.
Por meio de nota, o ministério informa que, se houver comprovação de prejuízos a qualquer participante, poderá ser configurado ilícito penal ou, “no mínimo”, lesão ao consumidor.
🚨🚨🚨 Youtuber do DF com 4 mi de seguidores é preso por lavagem de dinheiro@pcdf_oficial pediu o sequestro de carros de luxo, como Ferrari, Lamborghini e Mercedes, além de uma mansão de R$ 4 milhões
Leia na coluna de @mirelle_ap e @carloscarone78: https://t.co/saLm1VfxEy pic.twitter.com/a7YUUG6piO
— Metrópoles (@Metropoles) March 21, 2022
Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram.