Vídeos: auditor do TCU é suspeito de matar saruês afogados no Lago Paranoá
Servidor já foi denunciado por humilhar funcionários de banco e perseguir vizinha com bicicleta no Lago Sul por causa de cachorros
atualizado
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O principal suspeito de prender três saruês em uma gaiola para, em seguida, matar os animais afogados no Lago Paranoá é o auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU) Romilson Rodrigues Pereira. Ele está em atividade no órgão desde 1994 e recebe remuneração bruta no valor de R$ 53.358,32. Ele também se apresenta como psicanalista nas redes sociais.
A coluna apurou que o servidor já foi denunciado por humilhar o funcionário de uma agência bancária situada dentro do TCU. Na ocasião, o auditor, alterado, chamou bancários de “incompetentes” e que eles “não sabiam ler”.
Um outro episódio de agressão ocorreu na rua onde Romilson Pereira mora, no Lago Sul. Uma vizinha relatou aos policiais que era perseguida, constantemente, pelo servidor porque ela passeava com os seus cachorros, da raça Lhasa Apso, em frente à residência dele. De acordo com a denúncia, em um ataque de fúria, o auditor chegou a perseguir e tentar atropelar a mulher com uma bicicleta. Ele ainda teria dito que se os cães fizessem as necessidades naquele local, ela ira “limpar com a língua”.
Entenda o caso
Câmeras flagraram o homem levando saruês presos dentro de gaiolas para morrerem afogados. A Delegacia do Meio Ambiente (Dema) investiga o caso.
Veja a cena:
Acompanhe o momento da captura:
Confira outro episódio:
Pelos vídeos, é possível ver os animais silvestres sendo transportados para a margem do Lago Paranoá. Engaiolados, os saruês são mergulhados. O homem se senta e observa. Em seguida, deixa o local, enquanto os corpos boiam.
A situação revoltou a vizinhança. Denúncias foram apresentadas par Dema e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A partir das imagens registradas na terça-feira (30/5) e na quinta-feira (1º/6), a Dema decidiu inicialmente apresentar denúncia por maus-tratos a animais. A pena é de 3 meses a 1 ano, em caso de condenação.
O Ibama analisa o caso e poderá aplicar uma multa por crime ambiental contra o criminoso. A princípio, o homem responderá em liberdade.
“Caso absurdo”
Para a representante da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Ana Paula de Vasconcelos, o caso é absurdo.
“Se faz necessário uma reforma urgente na legislação de crimes ambientais relacionado a animais silvestres. É inadmissível que crimes como esses tenham como punição uma pena de 3 meses a 1 ano”, comentou.
“Na prática, o acusado pagará cesta básica ou prestará serviço à comunidade, o que acaba gerando uma sensação de impunidade para a sociedade, que evoluiu e não normaliza mais os maus-tratos a animais“, acrescentou.