metropoles.com

Novo vídeo mostra PM imobilizando autista que teve braço quebrado

Nas novas imagens, é possível ver o momento em que o jovem é imobilizado e tem o membro quebrado

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Material obtido pelo Metrópoles
Imagem colorida mostra dois homens segurando adfolescente com camisa azul
1 de 1 Imagem colorida mostra dois homens segurando adfolescente com camisa azul - Foto: Material obtido pelo Metrópoles

Novas imagens mostram detalhadamente como o policial militar Renato Caldas Paranã, professor temporário no Centro de Ensino Especial 1 do Guará, abordou e quebrou o braço de um aluno autista de 15 anos.

O caso foi revelado pelo Metrópoles. Na gravação completa, à qual a reportagem teve acesso, Renato aparece segurando o membro do aluno pelas costas. Em crise, o adolescente tenta se desvencilhar, mas continua sendo contido pelo professor.

O militar vira o jovem, puxa os dois braços dele e o imobiliza. Em seguida, puxa o menor e o coloca em pé.

Veja:

De repente, uma mulher de vestido alaranjado se aproxima, segura na mão do adolescente e tenta retirá-lo do local, mas o professor torna a puxá-lo, dessa vez com o apoio de um outro homem. Eles caminham alguns metros, enquanto o PM força o braço do menino nas costas.

Mais à frente, o aluno cai, quebrando o braço. Nesse momento é possível ver o PM colocar a mão na boca.

O caso aconteceu em 7 de novembro. Após o ocorrido, o estudante precisou ser levado ao Hospital de Base, onde passou por cirurgia para colocação de pinos de titânio. Ele recebeu alta três dias depois.

O policial começou a lecionar na escola em agosto, segundo o Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal, após receber proventos como professor, em setembro. O terceiro-sargento da Polícia Militar (PMDF) estava na função para substituir uma professora de informática, que está afastada.

6 imagens
Adolescente quebrou braço de adolescente autista no Centro de Ensino Especial 1 do Guará
Uma das característica dele é "não deixar que o toquem", segundo vice-diretora
Após a agressão, o jovem precisou ser levado para o Hospital de Base, onde passou por cirurgia para colocação de pinos de titânio
Policial militar e professor temporário Renato Caldas Paranã
Renato é terceiro-sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)
1 de 6

À reportagem testemunhas contaram que vítima é autista não verbal de nível 3

Material cedido ao Metrópoles
2 de 6

Adolescente quebrou braço de adolescente autista no Centro de Ensino Especial 1 do Guará

Material cedido ao Metrópoles
3 de 6

Uma das característica dele é "não deixar que o toquem", segundo vice-diretora

Material cedido ao Metrópoles
4 de 6

Após a agressão, o jovem precisou ser levado para o Hospital de Base, onde passou por cirurgia para colocação de pinos de titânio

Material cedido ao Metrópoles
5 de 6

Policial militar e professor temporário Renato Caldas Paranã

Material cedido ao Metrópoles
6 de 6

Renato é terceiro-sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)

Material cedido ao Metrópoles

Entenda o caso

À reportagem testemunhas contaram que o adolescente é autista não verbal de nível 3. Na data do ocorrido, ele estaria agitado; por esse motivo, alguns funcionários da escola tentaram acalmá-lo. Apesar de ordens em contrário da vice-diretora da escola, Renato teria se aproximado do adolescente e o segurado “com muita força pelos braços”, segundo o boletim de ocorrência do caso, registrado pela mãe do estudante.

A vice-diretora também contou à polícia que pediu para o PM interromper a ação, mas ele não teria acatado as ordens da gestora. Ao sair para pedir ajuda a uma psicóloga, a educadora ouviu um “grito muito alto”, que a fez voltar. Nesse momento, a profissional encontrou o adolescente caído ao chão, com o braço quebrado.

Ainda em depoimento, a vice-diretora acrescentou que “o jovem não é um menino agressivo, mas é muito agitado, pois uma das características do autismo dele é não deixar que o toquem”. Mesmo assim, “que o adolescente nunca teve problema algum no colégio, sendo essa a primeira vez que ocorreu algo tão grave”.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e a mãe do jovem foram acionados após a confusão. Agora, a 4ª Delegacia de Polícia (Guará) investiga o caso.

Pelas mídias sociais, o Movimento do Orgulho Autista (Moab), bem como a Ordem dos Advogados de Brasília (OAB) e o Conselho Tutelar, anunciou uma reunião com a Coordenação da Regional de Ensino da cidade, para “colher informações das medidas tomadas sobre esse caso e demais que já aconteceram em algumas escolas públicas do Guará”. O encontro será nesta terça-feira (14/11), às 9h.

Afastamento da escola

Em nota, a SEEDF informou que o professor foi afastado. “Por meio da Coordenação Regional de Ensino do Guará, a direção realizou o primeiro acolhimento [do aluno] e, imediatamente, o Corpo de Bombeiros foi acionado, o qual prestou os primeiros atendimentos ao estudante. Em seguida, ele foi encaminhado para o hospital, acompanhado pela diretora, por uma professora e pela avó”, comunicou a secretaria.

“A pasta informa que o professor foi imediatamente afastado, e o caso é apurado pela Polícia Civil e pela Corregedoria da SEEDF, que tomará todas as medidas cabíveis […]. A SEEDF reforçou que repudia qualquer ato de violência e que prestará todo o auxílio necessário ao estudante”, completou o órgão.

“Acidente”

Em nota, a PMDF considerou o caso um “acidente” e informou que a situação “ocorreu após o professor, concursado da Secretaria de Educação do Distrito Federal, ter sido chamado para ajudar na contenção de um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 3 não verbal”.

“[O estudante] estava em crise nervosa, agredindo outros alunos e funcionários. Durante o atendimento, ele teve uma segunda crise nervosa, desequilibrou-se e caiu. Antes da queda, o professor tentava acalmá-lo e, por isso, segurava o braço dele, visando impedir que se machucasse ou ferisse outro aluno. A lesão teria ocorrido nesse contexto. O professor, de imediato, realizou os primeiros-socorros e solicitou apoio do Corpo de Bombeiros Militar”, comunicou a PMDF.

A corporação mencionou, ainda, que a Emenda Constitucional (EC) nº 101/2019 autoriza acumulação de cargos públicos por militares. “A PMDF esclarece que tomou ciência da situação por meio desta demanda [do Metrópoles]. No entanto, frisa-se que o ocorrido não se deu em atividade policial militar”, enfatizou.

A defesa de Renato Caldas Paranã não havia sido localizada até a mais recente atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?