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Veterinário do DF traficava cetamina, droga que matou Djidja Cardoso

Por meio da clínica veterinária, traficante comprou, em um ano, 93 litros de cetamina. Quantidade é suficiente para anestesiar 1.249 cavalos

atualizado

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Reprodução/PCDF
Veterinário do DF traficava cetamina, droga que matou Djidja Cardoso
1 de 1 Veterinário do DF traficava cetamina, droga que matou Djidja Cardoso - Foto: Reprodução/PCDF

Um médico veterinário do Distrito Federal foi preso, na manhã desta sexta-feira (7/6), por suspeita de traficar cetamina. A droga, usada para anestesiar animais, era vendida para uso recreativo de pessoas em festas na capital. A substância foi responsável pela morte de Djidja Cardoso, ex-Sinhazinha do Boi Garantido, e do ator Matthew Perry, o Chandler do seriado Friends.

Durante a ação, foram apreendidos mais de 10 frascos da droga, parte deles já pronta para envio. Alguns deles estavam escondidos em um forno.

Veja:

A operação, encabeçada pela 5ª Delegacia da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), com apoio operacional da Divisão de Operações Especiais (DOE) da PCDF, confirmou que o médico utilizava a clínica veterinária da qual era dono para comprar a droga. O estabelecimento fica em Ceilândia.

A investigação durou cinco meses e revelou que, em pouco mais de um ano, o traficante de 30 anos adquiriu aproximadamente 93 litros de cetamina. Segundo a PCDF, a quantidade é suficiente para anestesiar pelo menos 124.933 gatos, 41.644 cachorros ou 1.249 cavalos.

“Considerando a associação de outros fármacos para anestesia, essa quantidade poderia dobrar, evidenciando o enorme potencial de abuso e risco à saúde pública”, explica a corporação.

A operação também contou com o apoio técnico do Programa Vigifronteiras do Ministério da Agricultura e Pecuária, pasta responsável pelo controle da venda de cetamina.

O traficante, que não possuía passagens anteriores pela polícia, será indiciado pelo crime de tráfico de drogas, e se for condenado pode pegar a uma pena de até 15 anos de prisão.

Efeitos da cetamina

O anestésico é comumente utilizado por veterinários para realizar procedimentos em animais de pequeno e grande porte. Porém, há alguns anos, passou a ser usada como droga. Com efeitos alucinógenos parecidos com os do LSD, o key, como é conhecido no meio, passou a ser consumido indiscriminadamente.

Além de alucinações, o uso da droga pode causar contrações involuntárias. A compra dessa substância é controlada, o que faz o preço ser alto. Cada 10 ml é vendido para consumo por cerca de R$ 120.

Em 2021, outro veterinário foi preso por suspeito de traficar o anestésico de cavalo. Segundo as investigações da época, ele mantinha um depósito, em Luziânia, no Entorno do DF, para estocar as caixas de medicamento.

Djidja e Matthew Perry

A ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, foi encontrada morta na semana passada, aos 32 anos, em Manaus, por causa de possíveis efeitos do uso de cetamina. A droga é a mesma por trás da morte do ator de Friends, Matthew Perry.

A principal linha de investigação da polícia é que Djidja tenha morrido por overdose. Segundo laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML), o óbito ocorreu devido a um edema cerebral que afetou o funcionamento do coração e da respiração. O laudo, contudo, não especifica o que teria levado Djidja ao quadro. O resultado final da necropsia e o exame toxicológico ficam prontos nos próximos dias.

No caso do ator americano Matthew Perry, os relatórios toxicológicos indicaram que duas drogas estavam no sistema circulatório dele no momento de sua morte. Eram a buprenorfina, usada para tratar a dependência de opioides, e a cetamina.

Um oficial médico em Los Angeles especificou que Perry estava recebendo legalmente infusões de cetamina para tratar depressão e ansiedade. No entanto, ele observou que, dado o tempo decorrido desde a última dose, era improvável que o key em sua corrente sanguínea fosse proveniente das infusões prescritas, o que pode indicar que o ator também administrava doses por conta própria.

No livro Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível, Matthew Perry falou sobre o uso da substância. “Eu ainda assim continuava fazendo porque era algo diferente, e qualquer coisa diferente era bom. Tomar a ‘K’ [apelido da cetamina] era como levar uma porrada na cabeça de uma pá gigante e feliz. Mas a ressaca era dura e superava a pá.”

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