Vendedor picareta foi filmado espancando esposa em Águas Claras; vídeo
Na gravação, Michel de Carvalho, líder de organização criminosa, aparece puxando a vítima pelos cabelos até retirá-la à força do elevador
atualizado
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Apontado como líder da organização criminosa que aplicava golpes em dezenas de clientes na Cidade do Automóvel e lavava dinheiro comprando carros de luxo, Michel de Carvalho Santos também responde a crimes no âmbito da Lei Maria da Penha. O bandido chegou a espancar a companheira dentro do elevador de um prédio, em Águas Claras.
Imagens do circuito interno de segurança do elevador e dos corredores flagraram a agressão, ocorrida em 17 de março deste ano. Na gravação, Michel aparece puxando a vítima pelos cabelos até retirá-la à força de dentro do elevador. Já no corredor, as agressões continuam até o criminoso dar um soco na cabeça da mulher.
O vídeo segue registrando empurrões até ambos entrarem no apartamento. Com gritos e xingamentos, um vizinho que mora no mesmo andar chega sair do imóvel para ver o que estava ocorrendo. Quando o homem caminha pelo corredor, Michel e a namorada já haviam entrado no imóvel.
Veja momento em que o líder da organização criminosa agride a companheira dentro de elevador no DF:
Dezenas de golpes
O grupo foi desmantelado pela PCDF nos últimos 15 dias. Investigadores da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) prenderam preventivamente três integrantes do esquema, além de cumprirem 11 mandados de busca e apreensão e bloquearem R$ 3,3 milhões em contas bancárias movimentadas pelos criminosos.
A Operação “El Coche” identificou duas lojas usadas pela organização criminosa para atrair vítimas. Os clientes deixavam os veículos em consignação e jamais recebiam os valores após a venda. Com o dinheiro dos golpes, o bando comprava carros de luxo que chegavam a custar meio milhão de reais.
Apenas três dos veículos apreendidos pela polícia foram avaliados em R$ 1,5 milhão. Também foram apreendidos cartões bancários em nome de terceiros, cheques e chaves de veículos. Os investigadores concluíram que os golpistas, de fato, eram os donos dos veículos caríssimos, porém colocavam todos os documentos em nome de terceiros para evitar o rastreamento da polícia e de seus inúmeros credores decorrentes dos golpes.
Entre os carrões apreendidos pela polícia estavam uma Mercedes GLE 400 avaliada em R$ 500 mil, uma Discovery com valor estimado em R$ 400 mil e uma Silverado com valor de mercado aproximado de R$ 500 mil.
Veja carrões apreendidos com organização criminosa alvo da Operação El Coche:
Sócios no crime
As investigações apontam que as lojas usadas para captar vítimas são a Grand Car e 2M Motors. Os sócios das duas revendedoras, Michel de Carvalho Santos e Matheus Dias Serrão, são suspeitos de liderar o esquema criminoso. Outros integrantes da quadrilha, segundo as investigações, são o gerente, Plínio Araújo Pereira, e os vendedores Leonardo Araújo de Queiroz e Jonatham Lucas Araújo Lima.
Michel, Plínio e Leonardo foram presos. Matheus não foi encontrado e é considerado foragido. Jonatham teve as contas bloqueadas e foi alvo busca e apreensão.
Os integrantes do grupo criminoso eram investigados pela prática dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato, porte ilegal de arma de fogo, violência doméstica contra mulher, receptação e desacato. Caso sejam condenados poderão cumprir penas superiores a 15 anos de reclusão.
Está é a segunda operação realizada pela 8ª DP, em menos de um mês, com o objetivo combater grupos criminosos que atuavam na Cidade do Automóvel e fizeram mais de 100 vítimas no total. Durante as duas operações foram cumpridos 10 mandados de prisão preventivas e 16 de busca e apreensão.
Veja imagens dos líderes do esquema criminoso sendo presos:
Milhões bloqueados
Durante as duas investigações, foram cumpridos 11 mandados judiciais de bloqueio das contas bancárias de cada investigado, no montante total de R$ 15,8 milhões, apreensão de inúmeros veículos.
“Essas operações visam combater os grupos criminosos que atuavam na Cidade do Automóvel, se utilizando dessas lojas para prática reiterada de crimes, intimidações de consumidores e testemunhas, bem como causavam grave abalo à ordem econômica local, pois tinham a certeza da impunidade”, explicou o delegado Rodrigo Carbone, da 8ª DP.