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Venda de sentenças no STJ: sócios da empresa Fource estão entre os alvos da PF

Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak também foram alvo de operação da Polícia Federal sobre vendas de sentença do STJ

atualizado

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Divulgação STJ
A sede do STJ, em Brasília
1 de 1 A sede do STJ, em Brasília - Foto: Divulgação STJ

A investigação da Polícia Federal que mira vendas de decisões judiciais do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também cumpriu dois mandados de busca e apreensão contra os sócios da empresa Fource Mineração LTDA: Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak.

A Operação Sisamnes, deflagrada nesta terça-feira (26/11), apura crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. Em uma troca de conversas, Haroldo é citado como o responsável por pagar R$ 200 mil ao bando. As circunstâncias desse pagamento são objeto da investigação.

O Metrópoleshavia publicado sobre a suspeita dos dois empresários no esquema. Em outubro, a coluna Grande Angular revelou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontou envolvimento do grupo econômico Fource no esquema de venda de decisões judiciais em gabinetes do STJ, revelado a partir de conversas disponíveis no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT).

Na época, a coluna teve acesso à documentação do CNJ. Em um dos diálogos, Zampieri pediu ao empresário Andreson Gonçalves – preso nesta terça – “o documento do Haroldo”.

Na ocasião, Andreson enviou duas minutas de decisões relacionadas a processos de relatoria da ministra do STJ Nancy Andrighi. O diálogo ocorreu em 10 de agosto de 2023, mas as decisões só foram efetivamente proferidas em 25 de agosto e 4 de setembro.

No dia 31 de julho de 2024, o então corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, encaminhou todo o material para o Ministério Público Federal (MPF) conduzir as investigações em primeira instância, já que envolve pessoas sem foro.

Os diálogos explosivos do celular de Zamperi foram recuperados após o corregedor nacional de Justiça determinar à 12ª Vara Criminal de Cuiabá a cópia integral do material apreendido e, posteriormente, confiscado pelo juiz Wladymir Perri, que responde a uma reclamação disciplinar.

Celular confiscado

O magistrado confiscou o aparelho celular do advogado assassinado, negou acesso às partes e deslacrou envelopes físicos, sem acompanhamento do Ministério Público ou da defesa.

Os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT), foram afastados do cargo pelo CNJ, em agosto deste ano. Em uma das conversas citadas pelo CNJ no material encaminhado ao MPF, Zampieri diz a Sebastião que conversou com o “rapaz de Brasília” e que não havia nenhum procedimento contra o desembargador no STJ nem no CNJ.

 

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