Traficantes do DF usaram empresas fantasmas para lavar R$ 10 milhões
Os criminosos do DF utilizaram uma estrutura desenvolvida por um bando de Minas Gerais que havia se especializado na lavagem de dinheiro
atualizado
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Os traficantes presos no âmbito da operação Sistema, desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), contavam com um complexo mecanismo de lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, a organização criminosa utilizava uma série de empresas fantasmas que existiam apenas no papel a fim de garantir uma aparência lícita para R$ 10, 4 milhões amealhados com o tráfico de cocaína.
Os bandidos baseados na capital do país utilizaram uma estrutura desenvolvida por um bando de Minas Gerais, que havia se especializado na lavagem de dinheiro para facções criminosas de todo o país. O esquema foi desarticulado, no ano passado, durante a deflagração da Operação Washing. Ainda segundo as investigações, o grupo lavou cerca de R$ 750 milhões provenientes da atividade clandestina.
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A Cord aponta ainda que os investigados enviaram, aproximadamente, R$ 2 milhões de reais a contas-correntes das empresas fantasmas desmanteladas na operação Washing.
Uma das empresas fictícias, que deveria funcionar na cidade de Marília, em São Paulo, foi usada para movimentação financeira dos traficantes brasilienses. Mesmo com a estratégia de esconder os lucros, como a de adquirir um imóvel e deixá-lo em nome de laranjas, a polícia conseguiu mapear o caminho do dinheiro e a ocultação de patrimônio.
Confira imagens da operação:
A operação
Complexo e estruturado, o esquema criminoso usado para financiar, transportar, armazenar e distribuir centenas de quilos de cocaína foi desarticulado pela PCDF e pelo MPDFT nas primeiras horas desta quarta-feira (4/5). Ao longo de três anos, investigadores da Cord em parceira com promotores mapearam a ação da quadrilha responsável por abastecer grandes traficantes do Centro-Oeste.
A Operação Sistema cumpre 14 mandados de prisão temporária e 60 de busca e apreensão no DF e, com apoio de outras forças policiais, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Ao todo, a corporação brasiliense pediu e a Justiça deferiu o sequestro de 56 bens móveis e imóveis, como 29 veículos, entre eles três Porsches e cinco jet skis. Também foi solicitado o bloqueio das contas bancárias de todos os alvos, incluindo um prédio inteiro na Vila Telebrasília.
As investigações apontam que a organização criminosa era divida em dois núcleos que funcionavam como uma espécie de sistema nervoso, exercendo a liderança das ações, o planejamento do transporte da cocaína, o armazenamento e a distribuição da droga. O primeiro núcleo, sediado na Vila Telebrasília, era comandado por um homem conhecido como o “Rei” da região. O segundo ficava sob a responsabilidade dos “Irmãos do Pó”, que ditavam as ordens baseados em Samambaia. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.