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Tatuagem e ataques a Wagner Moura. Quem é o político preso pela PF

O político é investigado por crimes eleitorais e chegou a ter o mandado cassado, em 2017, por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral

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Wladimir Costa/Divulgação
wladimir costa tatuagem temer
1 de 1 wladimir costa tatuagem temer - Foto: Wladimir Costa/Divulgação

Preso pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta-feira (18/4), o ex-deputado federal Wladimir Costa é conhecido por se envolver em polêmicas e cometer injúria contra jornalistas e personalidades brasileiras.

Conforme a coluna noticiou, o político foi surpreendido pelos agentes no momento em que desembarcava no Aeroporto Internacional de Belém.

O político é investigado por crimes eleitorais e chegou a ter o mandado cassado, em 2017, por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) paraense por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014.

Com relação à ação desta quinta, a PF emitiu nota oficial informando que “a prisão preventiva foi deferida em razão da prática reiterada, entre outros, dos crimes eleitorais de violência política praticados contra deputada federal por meio das redes sociais. O Tribunal Regional Eleitoral também ordenou a exclusão das postagens em redes sociais que motivaram o mandado de prisão”. A coluna apurou que a parlamentar ofendida é Renilce Nicodemos (MDB-PA).

Polêmicas

Deputado federal por quatro mandatos consecutivos até 2019, Wladimir Costa foi condenado, em janeiro de 2023, a nove meses de detenção, em regime inicial aberto. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) entendeu que o ex-parlamentar paraense injuriou os artistas Wagner Moura, Glória Pires, Letícia Sabatella, Orlando de Morais e Sônia Braga.

A pena restritiva de liberdade pode ser substituída por pena restritiva de direitos, a ser definida pelo Juízo da Execução Penal. Além disso, Wladimir foi condenado ao pagamento das custas processuais e de honorários sucumbenciais no valor de R$ 5 mil.

Em 2017, quando era deputado pelo Solidariedade, Wladimir Costa subiu ao púlpito da Câmara dos Deputados e proferiu ataques aos artistas. Isso porque eles ingressaram em uma campanha contra o então presidente Michel Temer (MDB), alvo de uma denúncia de corrupção apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Chamado de “342 Agora”, o movimento tentava pressionar parlamentares a votarem a favor da aceitação da denúncia.

Nos dias 11 e 12 de julho de 2017, Wladimir Costa chamou os artistas de “vagabundos” e acusou Glória Pires de receber R$ 2 milhões da Lei Rouanet sem prestação de contas. Ele também ofendeu o marido da atriz, Orlando de Morais, afirmando que o cantor “nunca fez sucesso” e é sustentado pela companheira. Wagner Moura foi chamado de “ladrão” e Letícia Sabatella se tornou “Letícia Mortadela” no discurso do parlamentar.

“Compartilhe mesmo o tal do site 342, porque lá estão vagabundos, bandidos, aproveitadores, globais e não globais que querem intimidar deputadas e deputados […] vamos viralizar sim o site 342 porque ali que está a quadrilha que roubou a Lei Rouanet”, disse.

Tatuagem

Em agosto de 2017, o então parlamentar também ganhou os holofotes após mostrar uma tatuagem com o nome de Michel Temer no ombro. O assunto virou meme, piada e também foi tema de entrevistas.

Para elucidar as dúvidas dos leitores, jornalistas presentes questionaram, à época, se a tatuagem era de verdade ou feita de henna. A repórter Basília Rodrigues estava presente e pediu ao deputado que mostrasse a arte novamente. Como resposta, escutou uma frase machista, misógina e antiética: “‘Pra você, só se for o corpo inteiro”.

Em depoimento no Facebook, a profissional relatou o caso. “Penso, em que momento eu dei a minha testa pra esse deputado tatuar ‘idiota’? Ou mais: ‘mulher idiota’. Havia outros deputados, jornalistas e até câmeras de TV focados nele. Mas nada disso ‘evitou’ uma gracinha ou uma ‘desgracinha’ machista. Parlamentares constrangidos vieram me pedir desculpas pelo comportamento do nobre colega.”

Ao Metrópoles Basilia contou que fez seu papel de jornalista. “Muitos homens estão acostumados a fazer brincadeiras machistas acreditando na impunidade e esquecimento. Expor minha indignação, receber a solidariedade de deputados e jornalistas, para mim, é uma forma de punir no ego o parlamentar em questão”, explicou.

Várias entidades chegaram a se posicionar em apoio à profissional. O Sindicato dos Jornalistas também soltou uma nota repudiando a ação do deputado e lembrando que as mulheres jornalistas já sofrem diariamente com preconceito e machismo.

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