“Tarado do carro preto” já foi preso por estuprar crianças em matagal
O homem segue o mesmo modus operandi desde 2004, quando a primeira ocorrência foi registrada
atualizado
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Sérgio Alves Martins, 47 anos, preso na manhã desta segunda-feira (3/4) por perseguir crianças e mulheres a bordo de um carro preto no Distrito Federal e fazer atos obscenos, segue o mesmo modus operandi desde 2004, quando a primeira ocorrência contra ele foi registrada.
Em 10 de dezembro daquele ano, uma moradora de Santa Maria procurou a polícia para informar que uma sobrinha de 11 anos foi vítima de estupro. Segundo ela, o criminoso estava em um Kadet escuro quando abordou a criança e a levou para uma área de cerrado.
Segundo a mulher, o criminoso mandou a vítima tirar a roupa e praticou ato libidinoso. A menor foi abandonada próximo à casa da tia. Ela chegou à residência chorando muito e relatou detalhes do crime. À época, a Policia Civil conseguiu identificar e prender temporariamente Sérgio.
No ano seguinte, o criminoso voltou a atacar, também em Santa Maria. Uma mulher denunciou em 27 de fevereiro de 2005 que a filha de 11 anos foi abordada por um homem em um Kadet escuro, no momento em que ia até a igreja. O autor pediu para que a criança entrasse no veículo e obrigou a menor a manter relação sexual com ele.
Após o crime, ele abandonou a vítima próximo ao fórum da região administrativa e fugiu em alta velocidade. Após investigações, policiais da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) voltaram a prender o “tarado do carro preto”.
Em maio do mesmo ano, uma terceira criança, também de 11 anos, foi estuprada em Santa Maria. A mãe da vítima informou que a filha foi abordada por um homem que estava em um Ômega preto. O criminoso ofereceu R$ 20 para a garota o levar até uma padaria da região. Ela entrou no carro, mas o condutor tomou outra direção. Ele a ameaçou, dizendo para que ela se calasse para “não ser morta e jogada num lixão”.
Em seguida, mandou que ela fizesse sexo oral, depois de abrir o zíper da calça. Após trafegar por 15 minutos, o motorista estacionou num local habitado, aparentemente nas proximidades do viaduto da BR-040 com DF-290, em frente a um bar.
A criança contou que foi estuprada no local sob constante ameaça de morte. Afirmou, ainda, que o autor lhe disse que, caso ela o entregasse para polícia, ele mataria toda a família dela e a levaria para um lugar onde ninguém a encontraria.
A menor também relatou que, durante o trajeto da volta, Sérgio lhe disse que qualquer dia desses iria passar pelo colégio dela a fim de levá-la para “outro passeio”. Ao chegarem em Santa Maria, ele a deixou na pista entre a QR 218 e a 219, dizendo que, caso olhasse para trás, ele a mataria. À época, ele foi identificado como autor e preso novamente.
Em 6 de junho de 2005, a Polícia Militar localizou duas crianças em um matagal nas proximidades de Santa Maria. As vítimas contaram que foram levadas até o local por um homem armado em um carro vermelho. Elas também confirmaram que foram vítimas de abuso sexual e abandonadas em local ermo. Uma delas chegou a passar mal na delegacia e precisou ser encaminhada ao hospital. Na ocasião, as investigações apontaram Sérgio como autor do crime.
O homem voltou a importunar crianças em agosto de 2005 e chegou a abordar uma menor de 11 anos que andava de patins perto de uma escola de Santa Maria. A garota conseguiu fugir e chamou a polícia, que conduziu Sérgio até a delegacia. Interrogado sobre a acusação, ele negou o crime.
Já em 2020, ele passou a agir na Asa Sul. Com um Ford Fusion preto, circulava pelas quadras atrás de crianças e mulheres. Uma delas denunciou que foi perseguida pelo criminoso. Uma outra mulher afirmou que viu o homem se masturbando e olhando para ela. No total, ao menos oito ocorrências foram registradas contra o homem.
A reportagem não localizou a defesa do suspeito. O espaço segue aberto para possíveis posicionamentos.
O Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Distrito Federal (Creci-DF) se manifestou sobre o caso.
Veja a nota completa do Creci-DF:
“O Conselho Regional dos Corretores de imóveis do Distrito Federal, vem tornar público, o repúdio a qualquer ato de violência ou atos obscenos praticados contra a sociedade.
O CRECI-DF como Autarquia Federal reafirma o seu compromisso primeiro que é a defesa da sociedade, e que a nobre profissão de corretor de imóveis não admite e sequer tolera em seu quadro de profissionais atos lesivos contra a população.
Tendo como objetivo maior a segurança da sociedade o CRECI-DF exerce sua atividade sem corporativismo, apoiando, portanto, todo rigor da lei sobre aqueles que afrontam não apenas a profissão, mas sobretudo nossa valorosa população.
Somos a autarquia de classe que mais fiscaliza, e pune com maior severidade. Sobre o fato, o CRECI-DF adotou e adotará todas providencias que competem a esta Autarquia Federal, colaborando ativamente com as autoridades policiais e o Judiciário.
Diante da gravidade das possíveis condutas ilícitas noticiadas, a Gestão do CRECI-DF instaurou procedimentos preliminares para apuração de fatos e eventual responsabilização segundo preceitos deontológicos, sobretudo para salvaguardar a credibilidade dos profissionais imobiliários do Distrito Federal, sem, contudo, olvidar-se do direito ao contraditório e da ampla defesa.”