Suspeitos de planejar ataques em escolas e escravizar meninas via web são alvo de operação
Um dos adolescentes investigados no estado do Piauí possuía perfis de culto a símbolos nazistas, incluindo imagens de automutilação
atualizado
Compartilhar notícia
Uma operação conjunta foi deflagrada na manhã desta terça-feira (8/8) contra crimes de constrangimento ilegal, ameaça, violência psicológica contra a mulher, estupro de vulnerável, apologia de crime ou criminoso, bem como incitação à discriminação ou ao preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, todos praticados na internet.
A ação é uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministérios Públicos de Santa Catarina (CyberGaeco), São Paulo (CyberGaeco), Paraíba (GAECo) e Polícias Civis dos estados de São Paulo e da Paraíba. São cumpridos, no âmbito da Operação Pessinus, três mandados de busca e apreensão no estado da Paraíba e um mandado no estado de São Paulo.
A operação iniciou com o trabalho do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do Ministério Público de Santa Catarina, que detectou a existência de perfis, em redes sociais, que demonstravam a intenção de cometer atos graves de violência contra pessoas, incluindo estupros e mutilações, massacres em estabelecimentos de ensino e culto e enaltecimento a símbolos ligados ao nazismo.
Com base nas informações recebidas, a polícia do Piauí instaurou inquérito e representou judicialmente por mandados de busca e apreensão, bem como pela internação provisória dos adolescentes infratores.
Um dos adolescentes investigados no estado do Piauí possuía perfis de culto a símbolos nazistas, incluindo imagens de automutilação e a cruz suástica. Além de idolatrar e propagar imagens de assassinos de massacres escolares, praticava, por meio desses perfis, apologia e incitação a crimes contra a vida, bem como divulgava link de acesso a um grupo de mensageria, onde conteúdos proibidos de tortura, pedofilia, crueldade contra animais e pessoas são compartilhados, promovendo comportamentos perturbadores e ilegais.
Os investigados devem responder por constrangimento ilegal, ameaça, violência psicológica contra a mulher, estupro de vulnerável e apologia do crime.
Operação Pessinus
O nome faz alusão a cidade que serviu de sepultamento ao semideus Átis, da mitologia grega. De acordo com a mitologia, Átis acabou enlouquecendo e se automutilando como forma de expiação ou como parte de rituais religiosos. Ele foi morto, e seu túmulo está na cidade de Pessinus, simbolizando, dessa forma, o fim da automutilação e reforçando o objetivo da operação em garantir a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes.