Suspeito de matar policial aposentado deixou rastro de sangue na escada
O corpo do policial aposentado Raimundo Rosa, 70 anos, tinha marcas de golpes de faca. O crime teria sido cometido no sábado (24/9)
atualizado
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O suspeito de matar o policial aposentado Raimundo Alberto Lago Rosa, 70 anos, foi gravado por câmeras de segurança instaladas no condomínio da vítima, na 411 Norte. O corpo, encontrado dentro do imóvel, na tarde de segunda-feira (26/9), tinha marcas de golpes de faca. O crime teria sido cometido no sábado (24/9).
A coluna apurou que Raimundo chegou sozinho em casa no sábado, às 18h35. Logo depois, às 21h16, um homem subiu ao apartamento. Às 23h23, o mesmo indivíduo desceu pelas escadas, foi ao carro do policial, que estava estacionado em frente ao bloco, abriu, mexeu no interior do veículo e deixou o local.
O porteiro do condomínio interfonou para o apartamento do idoso na segunda-feira (26/9), mas ninguém atendeu. As escadas estavam com marcas de sangue, provavelmente deixadas pelo autor.
A Polícia Militar foi acionada e encontrou Raimundo Rosa deitado no chão, sem vida. Inicialmente, o caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) como homicídio.
“Amava a vida”
Um dos irmãos da vítima afirmou à reportagem que Raimundo “amava a vida” e “não queria morrer”. Segundo Fabiano Lago Rosa, 54, o policial passou por uma infiltração no pé na última semana e, na sexta-feira (23/9), foi difícil conversar com ele. “Na sexta, o telefone estava desligado, mas, no sábado, ele conversou com meu sobrinho. Chegou a dizer que mandaria um dinheiro”, relembra. No mesmo dia, Raimundo falou com um motorista amigo da família afirmando que, por causa das dores, não sairia de casa no fim de semana.
No domingo, o policial aposentado ficou incomunicável. A irmã, que mora na França, ligou, como faz todos os domingos, mas não conseguiu contato. “Na segunda, ela me ligou desesperada. Disse que tinha tentado contato o dia inteiro e não conseguiu”, explica Fabiano.
Parte da família chegou a procurar pelo homem em hospitais, mas, quando funcionários do prédio foram até o apartamento, viram uma poça de sangue próxima à porta e chamaram a PMDF, que arrombou o local e encontrou o corpo.
Segundo Fabiano, o irmão nunca relatou ter sofrido qualquer tipo de ameaça, mas a família se preocupava com ele. “A gente sempre falava: ‘Cuidado com suas companhias, com quem você leva para casa’. Essas coisas são terríveis. A gente pensa que não vai acontecer com a gente, mas acontece”, lamenta.