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Suspeito de espancar e matar namorada no DF já reclamou de “roupa curta” da vítima

Coluna Na Mira teve acesso a detalhes de denúncia feita por jovem assassinada. Ocorrência foi registrada em 17 de setembro do ano passado

atualizado

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Letícia e Guilherme
1 de 1 Letícia e Guilherme - Foto: Metrópoles

Letícia Barbosa Mariano, 25 anos, morta após ser covardemente agredida dentro do banheiro de casa, havia denunciado o namorado por ameaça e lesão corporal. Guilherme Nascimento Pereira, 29, está foragido e tem histórico de descumprimento de medida protetiva contra a vítima, além de receptação.

A coluna Na Mira teve acesso a detalhes de uma denúncia registrada pela vítima, em 17 de setembro do ano passado. Na ocasião, Letícia Mariano alegou que namorou o autor por cerca de cinco anos e terminou o relacionamento em junho de 2022.

A jovem também revelou que o companheiro sempre apresentou comportamento violento e que chegou a ser agredida física e moralmente.

À época, ela afirmou que sofreu uma tentativa de feminicídio, em Águas Lindas (GO), e requereu medidas protetivas de urgência. Ainda segundo o relato, Guilherme fazia uso constante de bebidas alcoólicas e cocaína, o que o deixava ainda mais alterado.

Aos policiais, Letícia contou que, em uma ocasião, andava pela rua, quando encontrou Guilherme, e o agressor tentou iniciar uma conversa. Diante da negativa da vítima, ele a acertou com um murro no rosto.

Em 14 de setembro de 2022, o suspeito, extremamente irritado e descontrolado, foi à casa da jovem começou a gritar: “Desgraçada, desgraçada. Eu quero ver seu Instagram”. Em seguida, puxou os cabelos dela, com bastante violência e a ameaçou: “Eu vou te matar. Eu vou te matar. A sua roupa está muito curta”. O criminoso chegou a pressionar Letícia contra o muro e continuou as agressões, dizendo: “Põe a senha do Instagram, senão eu te bato”.

Em ato de desespero, ela conseguiu se desvencilhar do autor, correr e se abrigar em um salão de beleza. Testemunhas ligaram para a Polícia Militar, que chegou ao local informado, mas o suspeito havia fugido.

Em depoimento, a jovem reforçou que a conduta do agressor era reiterada, que não “suportava mais o abalo psicológico” causado pela situação e que temia pela própria vida, devido ao temperamento agressivo, violento e imprevisível do ex-namorado. Letícia descreveu Guilherme como “profundamente possessivo e ciumento” e disse que ele não aceitava o fim do relacionamento.

Feminicídio

Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que a morte de Letícia foi registrada por volta das 4h30. A 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) investiga o caso — tratado, inicialmente, como feminicídio, em atendimento a protocolo adotado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desde 2017.

O crime ocorreu na madrugada desta quinta-feira (2/2), no Setor de Indústrias Gráficas de Taguatinga. Letícia foi encontrada morta dentro do banheiro do apartamento onde morava. Acionada, a perícia levou o corpo da jovem para ao Instituto de Medicina Legal (IML).

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